Project Zero: Maiden of Black Water
Project Zero, também conhecido como Fatal Frame, surgiu como uma surpresa dentro do género Survival Horror, ao trocar as armas e balas por uma câmara fotográfica, de modo a combater todo um conjunto de fantasmas. Surgiu na PlayStation 2, e depois na Wii através do remake do 2.º jogo, e teve direito ao spin-off na 3DS Spirit Camera, que deixou muito a desejar. A série está de regresso com um novo capítulo, depois da ausência do 4.º jogo que saiu apenas no Japão na Wii.
Maiden of Black Water estreia-se na Wii U como o primeiro jogo em HD, centrando-se nos eventos do Monte Hikami, um lugar misterioso e usado frequentemente para a prática do suicídio. Logo aqui temos o panorama ideal para lidar com fantasmas, que assombram o local e perseguem quem se aventura a entrar lá. Contudo este é apenas um dos vários mistérios que o monte tem a esconder, e aos poucos vamos desvendando toda a sua história.
O jogo conta com 3 protagonistas: Yuri, Ren e Miu, e vamos alternando entre personagens pelos vários capítulos. Yuri acaba por ser a personagem principal, pois não só jogamos com ela na maioria dos capítulos, como a história acaba por se centrar mais nela. A nossa primeira missão é encontrar uma rapariga desaparecida, que se pensa estar no monte, e esta procura por alguém acaba por ser um ponto chave na história do jogo, e algo que acaba por unir os 3 personagens.
Fundamentalmente o jogo é sobre o Monte Hikami, e rapidamente desvendamos vários dos seus segredos que envolvem rituais espirituais algo macabros, que envolvem diversos sacrifícios e a presença de senhoras na água que nos assombram regularmente. A série Project Zero é conhecida por lidar com diversos rituais que envolvem sacrifícios, e o deste jogo não fica atrás no quão bizarros ou até mesmo perturbadores conseguem ser.
Colocando uma nota pessoal, é muito difícil eu ter medo com filmes com jogos e filmes de terror, infelicidade minha pois, por gostar do género, gostaria de ter aquele "medo" ao jogar, para além dos jump-scares que geralmente me apanham desprevenido. Contudo aprecio a atmosfera criada dentro do género, e Maiden of Black Water faz um ótimo trabalho, deixando-nos sempre atentos ao nosso redor com a câmara nas mãos para, a qualquer momento, tirar fotografias.
Não só temos de lidar com vários fantasmas que muitas vezes surgem sem aviso, como temos várias aparições no cenário repentinas que, quando fotografadas, nos dão valiosos pontos. Estes que depois servem para melhorar a nossa Camera Obscura, sendo possível aumentar o dano dado por cada fotografia, tornar os reloads mais rápidos, entre outras características. É ainda possível melhorar as lentes especiais que vamos recebendo durante o jogo, ou até mesmo comprar diversos itens.
Visualmente o jogo é interessante, recordando os filmes de terror japoneses dentro do género, embora não seja o melhor que a Wii U já demonstrou. Os cenários são interessantes embora algo estáticos, mantendo-se sempre fluídos foram muito raras ocasiões quando existem "demasiados" fantasmas e efeitos no cenário. Os próprios personagens estão bem detalhados, principalmente no modo como a roupa surge molhada quando estão encharcados. Contudo as suas expressões não variam muito, são até mais mortas que os próprios fantasmas, deixando bastante a desejar nesse aspeto.
Tal como o nome indica, a água tem um papel fundamental no jogo, na história como a nível de mecânica, pois quanto mais ensopado estiver o personagem, mais frequentemente é visitado por fantasmas. Ao mesmo tempo a nossa Camara Obscura causa mais dano numa espécie de modo de sobrevivência, e quando temos as fotografias contadas acaba por funcionar em nosso favor. O jogo não é difícil, e conta ainda com um modo Easy feito para quem quer simplesmente seguir a história.
A jogabilidade foi feita a pensar com o GamePad em mente, e não obriga ao uso dos movimentos do mesmo pois é possível jogar do modo tradicional, usando o analógico direito para controlar a câmara. Mas o uso do giroscópio dá uma boa sensação de imersão ao jogo, e torna-se extremamente útil em batalhas mais enervantes quando o fantasma voa rapidamente à nossa volta. Fora de combate o GamePad apresenta sempre um mapa do jogo, ou com um simples toque no ecrã podemos jogar apenas no comando, sem usar a tv (ideal para batalhas mais complicadas que nos fazem levantar da cadeira).
Algo que dá uma excelente imersão no jogo, possível através do GamePad, é o modo como usa o som. Para além de ser possível jogar com as vozes em japonês, para além da inglesa, o jogo é isento de músicas ou banda sonora, usando apenas sons do ambiente. Mas através das colunas do GamePad saem todo um conjunto de sons adicionais, dando um efeito "surround" ao jogo. De lá são acentuados sons que perseguem o personagem, ou simples sons de ambiente que nos transportam para dentro do jogo. Outro pormenor interessante é quando fazemos lock-on a alvos e o som do GamePad transforma-se num conjunto de gritos, lamentos, entre diversos outros sons infernais, como se estivéssemos a entrar na mente do fantasma.
Ao derrotar um fantasma parte do seu espectro fica para trás, e podemos tocar nele para receber pontos, e várias vezes assistir à memória da morte do mesmo. São pequenas sequências interessantes que contam mais que o simples modo como morreu, e vai aos poucos revelando um pouco mais da história do jogo, dos mistérios do Monte Hikami e dos rituais lá praticados. Várias vezes são sequências chave, obrigatórias, mas tentar ler a memória de "todos" os fantasmas, é recomendado.
Sendo praticamente um jogo de fotografia, todas as fotos tiradas têm factores em consideração, desde a aproximação ao alvo, que quanto mais perto fotografado mais recompensas temos, fotos contra vários alvos que nos permite afastar um pouco os mesmos, ou até mesmo o "Fatal Frame", uma foto tirada no último momento que depois nos permite tirar várias fotos seguidas. Estas fotografias não são esquecidas, e podemos a qualquer momento guardar as nossas favoritas entre as mais recentes.
Embora a história seja principalmente sobre Yuri, Ren tem também um papel fundamental no enredo, estando ele mais ligado aos mistérios de Monte Hikami, do que imaginava. Sempre acompanhado por Rui, o seu misterioso ajudante, aos poucos revelam pontos chave na história, mais do que Yuri. Já Miu acaba por ser extremamente mal aproveitada, praticamente não aparecendo e surgindo apenas para dar uma ligação mais forte deste jogo ao resto da série. Existem outros pontos curiosos, como a ligação de Hisoka Kurosawa, personagem que desaparece e Yuri te de procurar, que fora apontada como tendo ligação com a protagonista do 3.º Project Zero, embora tal nunca é desenvolvida no jogo.
Há ainda espaço para fan-service neste jogo, e para além da presença de Ayane da série Dead or Alive, uma presença associada ao motor do jogo estar associado ao clássico jogo de luta, a versão ocidental conta com as roupas de Zero Suit Samus e Zelda. Existem algumas roupas a desbloquear para os 3 personagens, para além de alguns acessórios, e juntamente com a pontuação existe algum replay value que nos leva a repetir capítulos.
Project Zero: Maiden of Black Water é um jogo de nicho, feito a pensar numa fanbase reduzida, mas que espera ansiosamente pelo próximo capítulo. É mais que recomendado aos fãs do género de terror, principalmente ao clássico estilo japonês, e podem esperar pelos clichés habituais como personagens frágeis (independentemente do seu género), momentos que sentimos o sangue congelar, ou até a música bastante "feliz" que toca nos créditos.
Notas: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Wii U, gentilmente cedido pela Nintendo.
Maiden of Black Water estreia-se na Wii U como o primeiro jogo em HD, centrando-se nos eventos do Monte Hikami, um lugar misterioso e usado frequentemente para a prática do suicídio. Logo aqui temos o panorama ideal para lidar com fantasmas, que assombram o local e perseguem quem se aventura a entrar lá. Contudo este é apenas um dos vários mistérios que o monte tem a esconder, e aos poucos vamos desvendando toda a sua história.
O jogo conta com 3 protagonistas: Yuri, Ren e Miu, e vamos alternando entre personagens pelos vários capítulos. Yuri acaba por ser a personagem principal, pois não só jogamos com ela na maioria dos capítulos, como a história acaba por se centrar mais nela. A nossa primeira missão é encontrar uma rapariga desaparecida, que se pensa estar no monte, e esta procura por alguém acaba por ser um ponto chave na história do jogo, e algo que acaba por unir os 3 personagens.
Fundamentalmente o jogo é sobre o Monte Hikami, e rapidamente desvendamos vários dos seus segredos que envolvem rituais espirituais algo macabros, que envolvem diversos sacrifícios e a presença de senhoras na água que nos assombram regularmente. A série Project Zero é conhecida por lidar com diversos rituais que envolvem sacrifícios, e o deste jogo não fica atrás no quão bizarros ou até mesmo perturbadores conseguem ser.
Colocando uma nota pessoal, é muito difícil eu ter medo com filmes com jogos e filmes de terror, infelicidade minha pois, por gostar do género, gostaria de ter aquele "medo" ao jogar, para além dos jump-scares que geralmente me apanham desprevenido. Contudo aprecio a atmosfera criada dentro do género, e Maiden of Black Water faz um ótimo trabalho, deixando-nos sempre atentos ao nosso redor com a câmara nas mãos para, a qualquer momento, tirar fotografias.
Não só temos de lidar com vários fantasmas que muitas vezes surgem sem aviso, como temos várias aparições no cenário repentinas que, quando fotografadas, nos dão valiosos pontos. Estes que depois servem para melhorar a nossa Camera Obscura, sendo possível aumentar o dano dado por cada fotografia, tornar os reloads mais rápidos, entre outras características. É ainda possível melhorar as lentes especiais que vamos recebendo durante o jogo, ou até mesmo comprar diversos itens.
Visualmente o jogo é interessante, recordando os filmes de terror japoneses dentro do género, embora não seja o melhor que a Wii U já demonstrou. Os cenários são interessantes embora algo estáticos, mantendo-se sempre fluídos foram muito raras ocasiões quando existem "demasiados" fantasmas e efeitos no cenário. Os próprios personagens estão bem detalhados, principalmente no modo como a roupa surge molhada quando estão encharcados. Contudo as suas expressões não variam muito, são até mais mortas que os próprios fantasmas, deixando bastante a desejar nesse aspeto.
Tal como o nome indica, a água tem um papel fundamental no jogo, na história como a nível de mecânica, pois quanto mais ensopado estiver o personagem, mais frequentemente é visitado por fantasmas. Ao mesmo tempo a nossa Camara Obscura causa mais dano numa espécie de modo de sobrevivência, e quando temos as fotografias contadas acaba por funcionar em nosso favor. O jogo não é difícil, e conta ainda com um modo Easy feito para quem quer simplesmente seguir a história.
A jogabilidade foi feita a pensar com o GamePad em mente, e não obriga ao uso dos movimentos do mesmo pois é possível jogar do modo tradicional, usando o analógico direito para controlar a câmara. Mas o uso do giroscópio dá uma boa sensação de imersão ao jogo, e torna-se extremamente útil em batalhas mais enervantes quando o fantasma voa rapidamente à nossa volta. Fora de combate o GamePad apresenta sempre um mapa do jogo, ou com um simples toque no ecrã podemos jogar apenas no comando, sem usar a tv (ideal para batalhas mais complicadas que nos fazem levantar da cadeira).
Algo que dá uma excelente imersão no jogo, possível através do GamePad, é o modo como usa o som. Para além de ser possível jogar com as vozes em japonês, para além da inglesa, o jogo é isento de músicas ou banda sonora, usando apenas sons do ambiente. Mas através das colunas do GamePad saem todo um conjunto de sons adicionais, dando um efeito "surround" ao jogo. De lá são acentuados sons que perseguem o personagem, ou simples sons de ambiente que nos transportam para dentro do jogo. Outro pormenor interessante é quando fazemos lock-on a alvos e o som do GamePad transforma-se num conjunto de gritos, lamentos, entre diversos outros sons infernais, como se estivéssemos a entrar na mente do fantasma.
Contudo o jogo movimenta-se a um ritmo lento, mesmo com a possibilidade de correr, algo novo na série. Propositadamente pegar nos objetos demora uns segundos, pois podemos ou não ser agarrados de surpresa por um fantasma, mas quando tal acontece acaba mais por ser um incómodo do que um susto ou surpresa, raras escassas ocasiões. Sendo a água um elemento central do jogo, constantemente nos vemos a atravessar lagos ou bases de edifícios cheios de água, e como seria esperar fantasmas esperam-nos lá, e com um movimento reduzido tal torna-se um desafio interessante.
Ao derrotar um fantasma parte do seu espectro fica para trás, e podemos tocar nele para receber pontos, e várias vezes assistir à memória da morte do mesmo. São pequenas sequências interessantes que contam mais que o simples modo como morreu, e vai aos poucos revelando um pouco mais da história do jogo, dos mistérios do Monte Hikami e dos rituais lá praticados. Várias vezes são sequências chave, obrigatórias, mas tentar ler a memória de "todos" os fantasmas, é recomendado.
Sendo praticamente um jogo de fotografia, todas as fotos tiradas têm factores em consideração, desde a aproximação ao alvo, que quanto mais perto fotografado mais recompensas temos, fotos contra vários alvos que nos permite afastar um pouco os mesmos, ou até mesmo o "Fatal Frame", uma foto tirada no último momento que depois nos permite tirar várias fotos seguidas. Estas fotografias não são esquecidas, e podemos a qualquer momento guardar as nossas favoritas entre as mais recentes.
Embora a história seja principalmente sobre Yuri, Ren tem também um papel fundamental no enredo, estando ele mais ligado aos mistérios de Monte Hikami, do que imaginava. Sempre acompanhado por Rui, o seu misterioso ajudante, aos poucos revelam pontos chave na história, mais do que Yuri. Já Miu acaba por ser extremamente mal aproveitada, praticamente não aparecendo e surgindo apenas para dar uma ligação mais forte deste jogo ao resto da série. Existem outros pontos curiosos, como a ligação de Hisoka Kurosawa, personagem que desaparece e Yuri te de procurar, que fora apontada como tendo ligação com a protagonista do 3.º Project Zero, embora tal nunca é desenvolvida no jogo.
Há ainda espaço para fan-service neste jogo, e para além da presença de Ayane da série Dead or Alive, uma presença associada ao motor do jogo estar associado ao clássico jogo de luta, a versão ocidental conta com as roupas de Zero Suit Samus e Zelda. Existem algumas roupas a desbloquear para os 3 personagens, para além de alguns acessórios, e juntamente com a pontuação existe algum replay value que nos leva a repetir capítulos.
Project Zero: Maiden of Black Water é um jogo de nicho, feito a pensar numa fanbase reduzida, mas que espera ansiosamente pelo próximo capítulo. É mais que recomendado aos fãs do género de terror, principalmente ao clássico estilo japonês, e podem esperar pelos clichés habituais como personagens frágeis (independentemente do seu género), momentos que sentimos o sangue congelar, ou até a música bastante "feliz" que toca nos créditos.
Notas: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Wii U, gentilmente cedido pela Nintendo.