A primeira edição da Comic Con Portugal

Decorreu no passado fim de semana a primeira edição da Comic Con Portugal, um evento semelhante às diversas Comic Con existentes um pouco por todo o mundo e que sempre foi algo muito desejado por terras lusas. Realizado no distrito do Porto, mais propriamente na Exponor, reuniu mais de 30 mil pessoas, tendo superado quaisquer expetativas da organização e principalmente os mais céticos de que um evento desta envergadura não seria viável em Portugal.

   

A principal crítica à organização foi de que as celebridades convidadas não seriam suficientemente famosas para apelar ao grande público, mas aparições de atrizes como Morena Baccarin e especialmente a Natalie Dormer (Game of Thrones / The Hunger Games) revelaram-se grandes sucessos junto do público. Num evento que reunia Cinema, Televisão, Banda Desenhada e Videojogos entre outras vertentes da cultura pop internacional, houve atividades para todos os gostos, o que se refletiu na grande afluência do público.

A desvantagem do grande sucesso de bilheteira foi a grande quantidade de filas que havia para quase tudo o que se quisesse ver ou fazer no evento. A vantagem foi ver os pavilhões da Exponor repletos de geeks, desde os fãs dos heróis da banda desenhada (a parte puramente "Comic" do evento) aos fãs de clássicos do cinema/televisão, sem esquecer o concurso de cosplay. Da nossa parte, o principal interesse estava naturalmente na parte dos videojogos, pelo que foi um orgulho ver a Nintendo ter uma presença bastante forte no pavilhão dos expositores com os melhores jogos recentes para as suas consolas Wii U e 3DS.

  

O stand da Nintendo estava muito bem organizado, com várias consolas Wii U e Nintendo 3DS onde era possível experimentar jogos como Mario Kart 8, Super Smash Bros. ou Pokémon Omega Ruby / Alpha Sapphire. Quem já tivesse os novos títulos de Pokémon, poderia ali receber o Eon Ticket, que estava a ser distribuído via StreetPass por membros do Poké Center Blog. O maior destaque, no entanto, vai para o palco principal do stand, onde os incansáveis anfitriões da PressPlay e Multiversus organizaram ao longo dos 3 dias diversos torneios de Mario Kart e Super Smash Bros. a 8 jogadores. A emoção dos torneios era tal que se via (e sentia) dos stands em redor.

Foi também no stand da Nintendo que tivemos a oportunidade de conviver com os nossos colegas e amigos do FNintendo e da Eurogamer.PT, além de travar novas amizades com outros elementos da indústria dos videojogos em Portugal. Foi divertido notar em alguns curiosos que se aproximavam do stand com algum desdém "isto é só Mario e Pokémon" mas ficavam vidrados a observar combates no Super Smash Bros. Faltou, talvez, alguma presença do Bayonetta 2 – no entanto, compreende-se tendo em conta que este evento era de cariz familiar com público de todas as idades.


Além da Nintendo estiveram presentes na Comic Con representações da Xbox One (com destaque no maior ecrã para um jogo de dança que utiliza o Kinect para capturar movimentos) e do inevitável League of Legends, que conta com milhares de fãs em Portugal. Mas o mais interessante foi mesmo visitar os stands dos criadores indie portugueses, dos quais destacamos o Game Studio 78, equipa do Porto que estava a apresentar o seu título Hush anunciado para a Wii U. Este jogo baseia-se nos medos da infância e conta com uma adorável mascote (Gogo). Experimentamos o primeiro nível, baseado no medo do escuro, e gostamos bastante da experiência, com algumas influências de jogos como Legend of Zelda e Bastion. Um projeto bastante promissor ao qual desejamos o maior sucesso!

Os estúdios independentes nacionais mostraram ter bastante talento e criatividade e, embora não tenha sido possível testar todos os jogos em exposição, foi um prazer jogar títulos como Nobu: Fat Revenge da Binary Pig (que o devia lançar para a Wii U),  por ecrãs à prova com o frenético ZEZ da Artbit, ou descobrir o viciante Picma da Moonberry Studios, que irá deliciar os fãs de Picross e faria todo o sentido nas consolas da Nintendo. Infelizmente, parece ainda haver algum preconceito de que é "quase impossível" lançar jogos na eShop, mas esperemos que em pouco tempo essa questão seja desmistificada e comecemos a ver títulos nacionais nas nossas consolas preferidas - já que podemos atualmente contar com vários títulos de equipas espanholas, feitos mesmo "aqui ao lado".


Em geral, foi um evento espectacular de convívio entre os mais variados geeks, onde reinou a boa disposição e a troca de ideias, acima do fanatismo por séries, livros ou personagens. Foi um prazer conviver com todos os que nos acompanharam ao longo destes dias e fica o desejo de regressar em 2015 para um evento ainda melhor!


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