Tokyo Crash Mobs

Ninguém gosta de esperar nas filas. Especialmente naquelas ocasiões em que há uma promoção ou evento especial e temos uma enorme multidão à frente. Grace e Savannah levam isto muito a sério. Aliás, demasiado a sério: resolvem o problema atirando pessoas para eliminar a multidão. A técnica só funciona se as pessoas estiverem vestidas da mesma côr, mas o importante é que funciona! Não experimentar isto na vida real.

Tokyo Crash Mobs é um jogo absurdo. Absurdo, naquele sentido de jogo japonês que nunca sairia cá se não fossem os meios de distribuição digitais. Dos criadores de Puzz Loop, o clássico que inspirou jogos muito populares como Zuma, chega-nos este estranho e divertido título com uma mecânica bastante semelhante, onde as esferas coloridas são substituídas por pessoas com roupas coloridas. Ao todo, existem 3 estilos de jogo baseados neste conceito mas com mecânicas diferentes. O modo principal é apresentado como uma agenda semanal das atividades de Grace e Savannah que, alternadamente, têm qualquer coisa para fazer em sítios onde há demasiada gente.

Grace é a rapariga impaciente que tem de ser a primeira a entrar na loja, custe o que custar. A sua especialidade é atirar pessoas para a fila, de modo a eliminar conjuntos de 3 ou mais com a mesma côr. Conforme os da frente são eliminados, os de trás vão-se aproximando, o que permite planear e criar sequências de cores que se eliminam sucessivamente. Não é que Grace seja um exemplo de civismo para alguém, mas nada pior do que aquelas pessoas que tentam furar filas, um problema a que é preciso estar atento no jogo, tal como quando há uma pessoa na fila a guardar lugar para várias. A solução é atirar alguém para cima deles antes que aumentem o número de pessoas na fila.

Já Savannah tem um problema diferente. Por algum motivo, as multidões organizam-se para a rodear e deslocam-se numa fila em espiral até chegar a um temível botão vermelho que a fará cair num buraco sem fundo. Felizmente, tem uma habilidade especial que lhe permite fazer rebolar pessoas numa certa direcção - acertar num grupo vestido com a mesma côr irá fazê-lo desaparecer, permitindo o mesmo tipo de sequências possíveis com Grace. Este modo é o mais parecido com o clássico Puzz Loop. Tanto este modo como o anterior são controlados através do ecrã tátil, onde existe uma silhueta das posições das pessoas no ecrã principal. Nem sempre é muito intuitivo de controlar mas, com alguma prática, acaba por se tornar natural.

Ao domingo, as amigas juntam-se para combater temíveis ninjas que, provavelmente, foram contratados pelas pessoas que foram atiradas e reboladas durante a semana. Aqui, a mecânica é muito diferente, controlando-se com o giroscópio e sendo possível tanto atirar como rebolar pessoas contra os ninjas, sendo ainda preciso desviar dos seus ataques. Estes 3 modos de jogo estão também disponíveis no modo "challenge", o equivalente ao modo endless encontrado na maioria dos jogos, onde há tanta gente para eliminar que o realmente importante é bater a pontuação máxima já registada.


É a apresentação do jogo que o demarca dos restantes e faz com que seja tão estranho e divertido. Todos os gráficos são feitos com base em imagens reais, com sprites animados feitos a partir de fotos de pessoas reais. Os próprios menus são feitos com fotos de Grace e Savannah e navegados de forma pouco prática, mas divertida. Até mesmo o ecrãs de carregamento e gravação são sequências animadas das raparigas com o dedo no ar a fazer um movimento circular - "delusion now", diz o jogo, em vez de "now loading". Há imenso conteúdo em vídeo 3D que serve de introdução e conclusão aos níveis e tudo é muito, muito estranho. Há algo de fascinante neste tipo de jogos absurdos que nos fazem pensar como é que alguém teve aquela ideia, como é que chegou a ser posta em prática - mas é o contexto bizarro que dá um ar de novidade a uma mecânica já familiar. Recomendado para os fãs dos tradicionais jogos de puzzle e um must-have para quem gosta de jogos que "só podiam vir do Japão"!

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