Kamiko


Normalmente quando um jogo novo é lançado para uma consola doméstica, seja digital ou físico, o preço ultrapassa sempre os cinco euros, mas algo inédito surgiu na eShop. Kamiko, este é o videojogo que podem adquirir por apenas cinco euros, um hack’n’slash que bebe inspiração do clássico Zelda da NES mas mais limitado a nível de exploração.

Kamiko tem um estilo "pixel art" muito agradável, uma banda sonora que acompanha o ritmo do jogo, e três personagens jogáveis com diferentes atributos. Assim que iniciamos um novo jogo, temos a liberdade de escolher uma das três donzelas divinas. Yamato usa uma espada enorme, Uzume conta com um arco e as suas flechas e, por fim, Hinome que usa o seu escudo ao estilo do Capitão América enquanto pode igualmente atacar com uma pequena faca. Cada personagem tem as suas armas, e todas elas acabam por ser minimamente diferentes, no entanto, todas elas são utilizadas “esmagando” o único botão de ataque existente no jogo.

Quanto à estória de Kamiko, esta é apenas um pretexto para o jogo em si. Basicamente temos uma introdução muito breve na qual nos tornamos a donzela divina, um diálogo com o boss final, que nos questiona acerca da nossa crença em deus, e um epílogo curto com uns créditos finais engraçados. Por isso, se pensam em adquirir o jogo pela sua estória podem perfeitamente evitar. Se querem jogar algo por pura diversão seja na TV ou portátil, Kamiko pode muito bem ser uma opção a ter em conta pois é um jogo tipicamente de se pegar para jogar uns minutos, o que faz dele um excelente exemplo para se jogar fora de casa.


Mas como referido anteriormente, tendo como base uma perspetiva de cima para baixo bem ao estilo do primeiro jogo da série Zelda, podemos reparar que estamos perante um jogo que nos transmite um estilo mais arcade. O jogo consiste em quatro níveis, e em cada um teremos de lutar não só contra inimigos como também resolver puzzles muito básicos, tais como empurrar blocos de cimento, carregar chaves ou esferas para o local indicado, e assim abrir as portas para um confronto contra um boss. Quanto aos inimigos que estão em cada nível, não cantem vitória facilmente após os derrotarem, pois eles reaparecerão na mesma área. Por isso mesmo, sempre que transportarem seja uma chave ou uma esfera, se um destes inimigos vos tocar, perdem o objeto e terão de regressar ao local onde o adquiriram.

É verdade que parece difícil, no entanto não se preocupem, o jogo conta com uma dificuldade muito baixa. Os bosses não são totalmente originais nem severos, mas é verdade que não deixa de ser divertido lutar contra eles. E se os bosses não nos dificultam a vida, o jogo torna-se curto, o que significa que em uma hora terminei Kamiko a jogar com Yamato. A longevidade infelizmente é muito curta, até porque os níveis são poucos, e mesmo que joguem com personagens diferentes não existe qualquer diferença por onde caminhar ou explorar. Decorando bem o mapa podem terminar o jogo a correr e quem sabe bater recordes, isto porque existe de facto uma tabela de liderança local para que tenham ideia do tempo que levaram a terminar cada nível e o jogo em si. Algo que não influencia de todo o jogo, mas que está presente é uma ou outra quebra de frame rate, tal como disse, não estraga a experiência, mas as quebras existem mesmo que estas sejam raras.


Por fim, tenham em atenção de não criticar a longevidade de Kamiko, o jogo tem de facto qualidade, uma excelente jogabilidade, e o preço é do mais reduzido que se pôde ter na eShop em dia de lançamento. É mais um jogo arcade para jogar várias vezes do que uma grande aventura. Querem um jogo por pura diversão, Kamiko é uma boa escolha, não perfeito, mas por cinco euros não podíamos exigir mais.

Nota: Esta análise foi baseada em código final do jogo para a Nintendo Switch adquirido na eShop.

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