Ratchet & Clank
O ranger intergalático Ratchet e o seu parceiro "defeituoso" Clank são os protagonistas da nova aventura de plataformas para a PlayStation 4, e também do filme que a acompanha no cinema. Ratchet & Clank é a mais recente série de videojogos a sofrer um reboot, ou reimaginação. O que isso significa é que este jogo tem muito para apelar aos fãs de longa data, combinando a história do primeiro jogo com a do filme, mas é também um óptimo ponto de entrada para os novos jogadores.
Se muitos videojogos sofrem pelo facto de serem adaptações de filmes, aqui parece ter havido uma óptima simbiose. Embora não tenha tido ainda a oportunidade de visionar o filme, nunca senti que a minha experiência de jogo tivesse sido inferior por esse motivo. Na realidade, o jogo em si tem muito de filme, com bastantes sequências de animação de qualidade impressionante, intercaladas pelas partes de exploração e combate contra os inimigos. Igualmente impressionante, no entanto, é o grafismo do jogo que muitas vezes nos deixa na dúvida se estamos mesmo a ver gráficos in-game ou não, tal é a aproximação do jogo às animações.
A história do jogo é relativamente simples e conta os eventos do ponto de vista do capitão Quark, que narra os acontecimentos de forma bastante livre mas também serve como forma de orientação para o jogador saber o que fazer em alguns momentos. O jogo é bastante divertido, todos os diálogos foram escritos com um agradável sentido de humor infantil que mais vezes nos faz sorrir do que ranger os dentes – algo raro, diga-se. Ainda assim, a história consegue ter algumas surpresas bem consideráveis, que não revelarei para evitar spoilers, mas acrescentam alguma profundidade ao jogo. A versão dobrada em Português é bastante standard, com as vozes normalmente a soar bem no contexto do que se diz, mas os adultos certamente irão preferir jogar com o áudio em Inglês.
Dito isto, o que é o jogo propriamente dito? O núcleo de Ratchet & Clank consiste em viajar de planeta em planeta conforme se avança na história. Os locais visitados são muito variados, mas há sempre uma área relativamente grande para se explorar e grandes doses de inimigos para combater. O combate, na terceira pessoa, recorre a uma série de armas que podem ir desde tiros laser a bombas que espalham a "saturday night fever" e deixam os inimigos a dançar – incluindo os bosses, é hilariante! A minha favorita, mesmo assim, é um lança chamas muito conveniente para quando os inimigos são mais do que as mães.
Se por um lado se passa a maior parte do tempo com o Ratchet a disparar contra inimigos, por outro há uma enorme variedade de outras coisas para fazer. Alguns segmentos do jogo permitem-nos controlar o Clank e resolver alguns quebra-cabeças, noutros podemos controlar uma nave e andar aos tiros no espaço ao estilo de Star Fox. Em alguns níveis, o Ratchet pode equipar um jetpack e combater enquanto voa, noutros será um agente infiltrado um pouco mais discreto. Há muitos tiros, mas o feeling geral do jogo não é o de um shooter tanto como é o de uma boa aventura.
No fundo, podemos dizer que este é um jogo simples sem menosprezar o imenso cuidado que houve com a sua apresentação. Os gráficos são fantásticos, mas a jogabilidade é simples. As armas têm um elaborado sistema de upgrades e experiência que permitem ir-se melhorando as preferidas de forma a ficarem cada vez mais poderosas, e um prático atalho personalizável no D-Pad do comando para se trocar de arma. Há ainda que salientar que a Insomniac recomenda os fãs veteranos da série a jogarem no modo "Difícil".
Algo que me surpreendeu neste título foi a sua longevidade, depois de numa primeira impressão ter ficado com a ideia que duraria poucas horas e teria poucos planetas para explorar. Na realidade há aqui bastante conteúdo com uma história principal sólida a durar cerca de 10h mas também uma boa quantidade de missões opcionais e segredos escondidos nos cenários para se explorar. E nunca é de mais reforçar o destaque para a qualidade das animações.
Ratchet & Clank pode até ser promovido como "o jogo baseado no filme inspirado no jogo" (mais vale assumir a piada do que ser gozado com ela), mas na realidade é um bom jogo por si só. Um título facilmente recomendável a todas as famílias com miúdos, nem que seja como desculpa para irem todos ver o filme depois!
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a PlayStation 4, gentilmente cedido pela SCEE.
Se muitos videojogos sofrem pelo facto de serem adaptações de filmes, aqui parece ter havido uma óptima simbiose. Embora não tenha tido ainda a oportunidade de visionar o filme, nunca senti que a minha experiência de jogo tivesse sido inferior por esse motivo. Na realidade, o jogo em si tem muito de filme, com bastantes sequências de animação de qualidade impressionante, intercaladas pelas partes de exploração e combate contra os inimigos. Igualmente impressionante, no entanto, é o grafismo do jogo que muitas vezes nos deixa na dúvida se estamos mesmo a ver gráficos in-game ou não, tal é a aproximação do jogo às animações.
A história do jogo é relativamente simples e conta os eventos do ponto de vista do capitão Quark, que narra os acontecimentos de forma bastante livre mas também serve como forma de orientação para o jogador saber o que fazer em alguns momentos. O jogo é bastante divertido, todos os diálogos foram escritos com um agradável sentido de humor infantil que mais vezes nos faz sorrir do que ranger os dentes – algo raro, diga-se. Ainda assim, a história consegue ter algumas surpresas bem consideráveis, que não revelarei para evitar spoilers, mas acrescentam alguma profundidade ao jogo. A versão dobrada em Português é bastante standard, com as vozes normalmente a soar bem no contexto do que se diz, mas os adultos certamente irão preferir jogar com o áudio em Inglês.
Dito isto, o que é o jogo propriamente dito? O núcleo de Ratchet & Clank consiste em viajar de planeta em planeta conforme se avança na história. Os locais visitados são muito variados, mas há sempre uma área relativamente grande para se explorar e grandes doses de inimigos para combater. O combate, na terceira pessoa, recorre a uma série de armas que podem ir desde tiros laser a bombas que espalham a "saturday night fever" e deixam os inimigos a dançar – incluindo os bosses, é hilariante! A minha favorita, mesmo assim, é um lança chamas muito conveniente para quando os inimigos são mais do que as mães.
Se por um lado se passa a maior parte do tempo com o Ratchet a disparar contra inimigos, por outro há uma enorme variedade de outras coisas para fazer. Alguns segmentos do jogo permitem-nos controlar o Clank e resolver alguns quebra-cabeças, noutros podemos controlar uma nave e andar aos tiros no espaço ao estilo de Star Fox. Em alguns níveis, o Ratchet pode equipar um jetpack e combater enquanto voa, noutros será um agente infiltrado um pouco mais discreto. Há muitos tiros, mas o feeling geral do jogo não é o de um shooter tanto como é o de uma boa aventura.
No fundo, podemos dizer que este é um jogo simples sem menosprezar o imenso cuidado que houve com a sua apresentação. Os gráficos são fantásticos, mas a jogabilidade é simples. As armas têm um elaborado sistema de upgrades e experiência que permitem ir-se melhorando as preferidas de forma a ficarem cada vez mais poderosas, e um prático atalho personalizável no D-Pad do comando para se trocar de arma. Há ainda que salientar que a Insomniac recomenda os fãs veteranos da série a jogarem no modo "Difícil".
Algo que me surpreendeu neste título foi a sua longevidade, depois de numa primeira impressão ter ficado com a ideia que duraria poucas horas e teria poucos planetas para explorar. Na realidade há aqui bastante conteúdo com uma história principal sólida a durar cerca de 10h mas também uma boa quantidade de missões opcionais e segredos escondidos nos cenários para se explorar. E nunca é de mais reforçar o destaque para a qualidade das animações.
Ratchet & Clank pode até ser promovido como "o jogo baseado no filme inspirado no jogo" (mais vale assumir a piada do que ser gozado com ela), mas na realidade é um bom jogo por si só. Um título facilmente recomendável a todas as famílias com miúdos, nem que seja como desculpa para irem todos ver o filme depois!
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a PlayStation 4, gentilmente cedido pela SCEE.