Fire Emblem, por Ivo Silva – Parte II: A chegada à Super Famicom
Continuamos a nossa retrospectiva da saga Fire Emblem, desta vez dedicada aos tempos da Super Famicom (SNES), quando a série permanecia exclusiva do território japonês. Podem ler ou reler a primeira parte aqui.
Parte II – A chegada à Super Famicom
A 21 de Janeiro de 1994, a Nintendo lança o terceiro título de FE para a Super Famicom, a sucessora 16bits da Famicom. Este era um jogo muito mais ambicioso do que os seus precedentes. Estava dividido em duas partes, ou livros: o livro um consistia num remake do FE original, o livro dois era a continuação da história do primeiro jogo. Fire Emblem: Monshō no Nazo (Mystery of the Emblem) abordava mais profundamente a importância do Fire Emblem para o enredo da história e acompanhava a busca de um Marth mais experiente pelas doze partes da Star Web. Munido da sua espada Falchion, Marth conta com a ajuda de diversos companheiros, notavelmente o mago Gato, o cavaleiro aposentado Jagan e a princesa de Talis, e noiva de Marth, Sheeda. O seu objectivo é, mais uma vez, salvar a terra do perigo de um Medeus renascido enquanto tenta, simultaneamente, salvar o seu companheiro do jogo original, Hardin. Hardin, aliado de Marth no primeiro jogo, é agora não apenas o Imperador de toda a Akaneia mas também, sem saber, um peão de Medeus.
A nível da jogabilidade, muitos dos elementos de Gaiden foram abandonados. É mantida a bateria ram save e o uso de ícones para as armas. No entanto, foram introduzidas certas limitações aos jogadores. Por exemplo, os Cavaliers só podiam usar a espada a pé e a lança a cavalo, nunca as duas. Dentro de castelos, abadias ou outros sítios fechados, unidades aladas teriam que desmontar. O Mystery of the Emblem vem oferecer aos jogadores uma história mais complexa, mais cativante e dois novos capítulos extra, desde que sejam cumpridos certos requisitos no jogo. Ambos os livros têm duas bandas sonoras distintas, embora sejam elaboradas pela mesma compositora. Este título, relançado em 2006 para a Virtual Console japonesa, esteve no primeiro lugar da prestigiada revista Famitsu durante um ano – de salientar que na lista dos 100 jogos mais importantes, em 2006, Mystery ocupava a 16ª posição.
A nível da jogabilidade, muitos dos elementos de Gaiden foram abandonados. É mantida a bateria ram save e o uso de ícones para as armas. No entanto, foram introduzidas certas limitações aos jogadores. Por exemplo, os Cavaliers só podiam usar a espada a pé e a lança a cavalo, nunca as duas. Dentro de castelos, abadias ou outros sítios fechados, unidades aladas teriam que desmontar. O Mystery of the Emblem vem oferecer aos jogadores uma história mais complexa, mais cativante e dois novos capítulos extra, desde que sejam cumpridos certos requisitos no jogo. Ambos os livros têm duas bandas sonoras distintas, embora sejam elaboradas pela mesma compositora. Este título, relançado em 2006 para a Virtual Console japonesa, esteve no primeiro lugar da prestigiada revista Famitsu durante um ano – de salientar que na lista dos 100 jogos mais importantes, em 2006, Mystery ocupava a 16ª posição.
Em 1996, foi produzida pela KSS e pelos estúdios Fantasia, uma série anime baseada na história do livro 2 deste jogo. Dirigida por Shin Misawa, a série não teve grande popularidade e foi descontinuada após apenas dois episódios. A adaptação para inglês foi levada a cabo pela ADV Films.
Apenas dois anos mais tarde, a 14 de Maio de 1996, seria lançado, para a Super Famicom, Fire Emblem: Seisen no Keifu (Genealogy of Holy War). Aquele que era o quarto título da série, foi, também, o último a ter a participação de Gumpei Yokoi, que iria falecer em 1997. Originalmente pretendia-se que o jogo estivesse dividido em três partes distintas. Porém, a falta de tempo levaria ao cancelamento da terceira parte. Situada no continente de Jugdral e com um total de oito nações, a história não tinha qualquer relação com os jogos anteriores. O enredo gira à volta de 12 Cruzados responsáveis pela divisão do continente e pela derrota do senhor da Trevas, Loputosu. O protagonista da primeira metade do jogo era o cavaleiro Sigurd, um dos descendentes dos Cruzados. Com a espada Tyrfing, Sigurd conta com a ajuda da jovem Diadora, que se torna sua mulher, e de inúmeros guerreiros numa luta para evitar que os Duques de Granbelia ocupem para si o trono.
O desfecho desta primeira parte é surpreendente e chocou muitos jogadores na época. No entanto, e a fim de evitar estragar a experiência de quem venha a jogar o título, não mais vou falar acerca disso. 17 anos após a conclusão dos acontecimentos da primeira parte, é-nos dado para controlar Celice, filho de Sigurd. Celice, líder do exército revolucionário de Grandbel, inicia uma guerra civil no Império, enquanto luta contra a influência dos duques e a resistência do seu próprio irmão, Julius, apelidado de príncipe das trevas. Celice, chamado de príncipe da Luz pela população, tem ainda a dura tarefa de evitar o renascimento do demoníaco Loputosu. Mas, como em qualquer FE, o peso de tal tarefa não era só seu. Ao longo da aventura, muitos outros se iriam juntar à luta. Destaque para Shanan, o professor de Celice.
A nível da jogabilidade, este era um FE muito diferente dos restantes. O jogador começa com um castelo inicial, no qual podem ser feitas subidas de nível, e deve, a todo o custo, evitar a sua conquista. Podiam-se fazer, em castelos aliados, compras, armazenamento e reparação de items. Cada unidade disponha do seu próprio dinheiro, sendo que apenas amantes ou ladrões o poderiam partilhar. Existem apenas sete oponentes por capítulo e as personagens que perderem em níveis de arena não morrem, apenas têm o seu HP reduzido a 1. Cada unidade dispõe do seu próprio conjunto de movimentos especiais. Genealogy dá uma importância enorme aos relacionamentos entre as personagens e as suas consequências. As personagens podem apaixonar-se, ao acumularem uma grande quantidade de Love Points. Isto conduz a criticals bastante eficazes durante as batalhas. As habilidades dos apaixonados transitam para a sua descendência na segunda parte do jogo. Este interessante capítulo da série foi relançado em 2007 para a Virtual Console nipónica. Uma bela obra de despedida de Yokoi.
O desfecho desta primeira parte é surpreendente e chocou muitos jogadores na época. No entanto, e a fim de evitar estragar a experiência de quem venha a jogar o título, não mais vou falar acerca disso. 17 anos após a conclusão dos acontecimentos da primeira parte, é-nos dado para controlar Celice, filho de Sigurd. Celice, líder do exército revolucionário de Grandbel, inicia uma guerra civil no Império, enquanto luta contra a influência dos duques e a resistência do seu próprio irmão, Julius, apelidado de príncipe das trevas. Celice, chamado de príncipe da Luz pela população, tem ainda a dura tarefa de evitar o renascimento do demoníaco Loputosu. Mas, como em qualquer FE, o peso de tal tarefa não era só seu. Ao longo da aventura, muitos outros se iriam juntar à luta. Destaque para Shanan, o professor de Celice.
A nível da jogabilidade, este era um FE muito diferente dos restantes. O jogador começa com um castelo inicial, no qual podem ser feitas subidas de nível, e deve, a todo o custo, evitar a sua conquista. Podiam-se fazer, em castelos aliados, compras, armazenamento e reparação de items. Cada unidade disponha do seu próprio dinheiro, sendo que apenas amantes ou ladrões o poderiam partilhar. Existem apenas sete oponentes por capítulo e as personagens que perderem em níveis de arena não morrem, apenas têm o seu HP reduzido a 1. Cada unidade dispõe do seu próprio conjunto de movimentos especiais. Genealogy dá uma importância enorme aos relacionamentos entre as personagens e as suas consequências. As personagens podem apaixonar-se, ao acumularem uma grande quantidade de Love Points. Isto conduz a criticals bastante eficazes durante as batalhas. As habilidades dos apaixonados transitam para a sua descendência na segunda parte do jogo. Este interessante capítulo da série foi relançado em 2007 para a Virtual Console nipónica. Uma bela obra de despedida de Yokoi.
Com a popularidade de FE em alta e aproveitando o sistema Satellaview, foram transmitidos de Setembro a Outubro de 1997 e de Abril a Maio de 1999, quatro jogos curtos da série. Chamados de Akaneia Saga, estes jogos passavam-se algum tempo antes do começo do jogo original e tinham apenas um mapa, com vozes e músicas faladas em japonês. O objectivo era conseguir o melhor score, antes do fim do tempo disponível. O primeiro era o Fall of the Palace, onde se comandava Nina e se tentava uma fuga do castelo. O segundo chamado de The Red Dragon Knight, tinha Minerva a unir-se a um inimigo para parar a destruição das vilas. O terceiro chamava-se Chivalors Thieves e consistia em, com Richard, roubar o máximo de ouro existente no palácio de Akaneia. A quarta e última parte, chamava-se de The Begining, consistia numa luta desesperada contra Medeus.
A 1 de Setembro de 1999 foi lançado, via download através da Nintendo Power Cartridges, Fire Emblem: Thracia 776. Este foi o último jogo da série a ser feito para a Super Famicom e prossegue a história do jogo anterior (Seisen no Keifu), situando-se no período de tempo entre os capítulos 5 e 6. Nele é contada a história de Leaf, filho do príncipe deposto de Lenster. A Leaf cabe a tarefa de derrotar os Dragon Knigts do Rei de Trabant e restaurar o seu reino. Encontrando refúgio em Fianna, Leaf inicia essa sua jornada com a ajuda do cavaleiro Fin e da princesa Nanna. A história, talvez por ser um sidestory do jogo anterior, não é tão épica, embora seja no geral um jogo muito polido e agradável de jogar. Este FE, relançado em cartucho normal, por volta de 2000, introduziu elementos novos e duradoiros para a série. O Fog of War ou o Night Combat, foram aqui utilizados pela primeira vez e exigiam o uso de tochas para ver melhor o mapa de batalha. Foram também usados os comandos Capture, para possibilitar às unidades aliadas prenderem um inimigo e confiscarem o seu equipamento, e Rescue, para resgatar do perigo unidades com HP reduzido. Este foi o único jogo da série a servir-se de um sistema de stamina para as suas personagens. Thracia seria lançado em 2008 para a Virtual Console, mais uma vez, somente no Japão. Este marcou o fim de uma era para a série.
O lançamento da Nintendo 64 em 1996, não foi acompanhado com um novo FE. Planos para FE 64 foram esquecidos e colocados totalmente de parte com o falhanço comercial do periférico da Nintendo, o 64 DD. Para piorar a situação, Shouzou Kaga abandonou, após a conclusão de Thracia, a Nintendo. Criando o seu próprio estúdio independente, a Tiirnanog. O primeiro jogo que desenvolveu foi Tear Ring Saga para a PSX, consola da concorrente Sony. Lançado em 2001, este revelou ser um jogo muito similar ao FE, tanto a nível gráfico, como de jogabilidade. A Nintendo apresentaria um processo por infracção de direitos, mas acabaria por perder o caso e recebendo apenas uma indemnização, sem que o título fosse retirado das lojas. Uma sequela deste titulo, Bernick Saga, nasceria, após isso, em 2005 para a PS2.
Apesar de toda a turbolência após Thracia 776, Fire Emblem renasceria com força maior em 2001.
Apesar de toda a turbolência após Thracia 776, Fire Emblem renasceria com força maior em 2001.