Sonic Lost World
Se há 20 anos atrás o conceito de um jogo Sonic the Hedgehog exclusivo para as consolas da Nintendo fosse impossível de imaginar, hoje é algo que já não surpreende. Foi com alguma surpresa que Sonic Lost World foi anunciado, um exclusivo para a Wii U e 3DS que rapidamente despertou muita curiosidade com uma simples imagem. Esta nova aventura começa quando Sonic e Tails se despenham no mundo perdido Lost Hex, enquanto perseguiam o Dr. Eggman (Robotnik). Embora este jogo seja lançado para 3DS e Wii U não se trata do mesmo jogo, mas sim jogos com níveis diferentes partilhando apenas o mesmo mundo.
Este novo título é bastante diferente ao que estamos habituados na série e arrisca num conceito de plataformas semelhante a Super Mario Galaxy (curiosamente, do antigo rival de Sonic), com o uso de mini-planetas e o brincar com a gravidade, mas rapidamente deparamo-nos com um jogo diferente, que se suporta em imensos pormenores dos clássicos da série Sonic na Mega Drive, como os diversos Badniks (e muitos deles estreiam-se pela primeira vez num jogo em 3D). Desde os níveis repletos de detalhes como flores que se movem num ritmo frenético ou cascatas que não cessam em esgotar a sua água, aos movimentos de Sonic como o seu modo de correr e habilidade Super Peel Out (que desenha um 8 com as suas sapatilhas), o Spin Dash, ou até mesmo diversas poses se o jogador não premir qualquer botão. Temos ainda níveis bónus espalhados pelo mapa do mundo, que embora não sejam iguais, lembram-nos dos níveis especiais (para ganhar anéis e vidas) de Sonic 2, 3 e Knuckles.
Com este jogo foi possível ter níveis extremamente irreais que parecem vir de um universo surrealista, onde podemos correr por um cilindro e explorar todos os lados do mesmo sem cair, e a exploração destes níveis funciona como nos antigos jogos da série: pensemos na parte de baixo de um cilindro como as zonas mais perigosas, com mais inimigos, e as zonas mais altas as que têm mais tesouros e nos fazem chegar mais rapidamente ao fim. Mais interessante que o modo como exploramos os níveis é a diversidade do mesmo: em jogos anteriores cada zona tinha um tema mas em Lost World podemos ter um nível de neve e logo a seguir um de casino, ou passar das planícies para uma gruta, mas ainda assim mantendo uma coerência bastante forte entre níveis.
Enquanto que nos jogos anteriores nos habituamos a uma jogabilidade que transitava entre o 3D e o 2D, desta vez o jogo é principalmente 3D mas contém alguns níveis vistos de lado, ou partes de níveis nessa prespetiva, mas nestes a transição não é suave e um loading (mesmo que breve) quebra um pouco o ritmo do jogo. Temos ainda níveis ou sequências onde Sonic não trava e são sempre a abrir onde temos de calcular bem os nossos movimentos para não enfrentar morte certa, e no geral são níveis bastante interessantes a explorar.
Excluíndo os acompanhantes de Eggman os personagens que regressam são dos tempos da Mega Drive, ignorando todo um zoológico de amigos e dando apenas alguma importância a Amy e Knuckles, que ainda assim só aparecem em sequências de vídeo. No entanto existe um grupo de novos inimigos a derrotar, os Seis Mortíferos nativos de Lost Hex que se encontram controlados por Eggman até Sonic intervir e, sem querer mas devido à sua impaciência, provocar o caos neste mundo perdido e colocando em perigo todos os que o rodeiam. Estes inimigos de mortíferos acabam por ter muito pouco, pois as suas batalhas são bastante fáceis na sua maioria, e as restantes são bastante frustrantes. Desta vez Eggman não é o nosso inimigo, e tendo em conta a situação acaba por se aliar a Sonic e Tails nesta aventura, mas a relação azeda entre ambos acaba por não despertar muito interesse no jogo.
Windy Hill é a primeira zona do jogo, uma área que nos lembra imediatamente de Green Hill Zone e serve como introdução para a jogabilidade deste título. A primeira sensação que temos é que Sonic está mais lento do que estamos habituados, mas também com um controlo mais preciso que é bastante útil quando temos de atravessar diversos desafios. A qualquer momento podemos utilizar o botão R para que Sonic acelere o passo e que ao entrar em contacto com um obstáculo (como uma parede ou uma pequena plataforma) pode facilmente correr nela devido ao novo sistema de Parkour.
Este sistema faz com que seja possível correr "sem parar", poder saltar entre paredes ou até mesmo escalar mais rapidamente que Knuckles alguma vez conseguiu. Inicialmente este sistema parece complexo, mas rapidamente nos habituamos ao seu ritmo, a saltar entre plataformas e aproveitar o tempo que temos disponível sem perder força, causando um bom fluxo de velocidade. No entanto este sistema cria diversas situações podem levar ao desespero, principalmente quando um erro significa morte certa, um ponto muito negativo quando esta mecânica é fundamental no jogo. Há situações de jogabilidade excelentes, e outras bastante negativas, tal como uma montanha russa tem os seus altos e baixos.
Para além de diversos movimentos já conhecidos Sonic pode agora dar um pontapé (na versão Wii U) ou causar uma lâmina de vento (na 3DS) que servem para derrotar determinados inimigos ou deixa-los vulneráveis. O Homing Attack sofreu algums alterações, estas que permitem atingir um grupo de inimigos tendo apenas o botão premido. De volta estão também os Wisps de Sonic Colours, o exclusivo das consolas Nintendo da última geração que serviu de base para este novo título, e aos já existentes juntam-se novos poderes. Ainda para os mais puristas e defensores dos jogos clássicos, regressam também os diversos escudos, a invencibilidade e velocidade extra para nos ajudar durante um curto período de tempo.
Para além de diversos movimentos já conhecidos Sonic pode agora dar um pontapé (na versão Wii U) ou causar uma lâmina de vento (na 3DS) que servem para derrotar determinados inimigos ou deixa-los vulneráveis. O Homing Attack sofreu algums alterações, estas que permitem atingir um grupo de inimigos tendo apenas o botão premido. De volta estão também os Wisps de Sonic Colours, o exclusivo das consolas Nintendo da última geração que serviu de base para este novo título, e aos já existentes juntam-se novos poderes. Ainda para os mais puristas e defensores dos jogos clássicos, regressam também os diversos escudos, a invencibilidade e velocidade extra para nos ajudar durante um curto período de tempo.
A banda sonora deste jogo merece ainda bastante destaque, não só por representar bem os níveis que acompanha mas também por manter a boa qualidade que temos vindo a assistir nos mais recentes títulos da série, que nos faz querer ouvir as diversas músicas pelo simples prazer de as apreciar. Após Sonic Generations (que foi um conjunto de remixs de músicas já existentes) é bom ouvir novas músicas, ver que a qualidade não desceu, e ter várias alterações a música para que não se torne repetitivo.
Versão Wii U
Pela primeira vez temos Sonic em alta definição numa consola Nintendo, e nota-se que a equipa aprendeu bem com a experiência que teve noutras consolas e PC em HD, criando uma excelente experiência visual onde mesmo parados num nível temos muito para observar. O jogo corre a 60 frames por segundo, o que para além de causar uma excelente sensação de velocidade causa um forte impacto pois tudo no jogo é devidamente animado. Logo no primeiro nível temos relva que dança com o vento, água que corre em círculos no nível ou cai de cascatas sem nunca secar, flores que reagem quando Sonic passa por elas, tudo é animado e bastante vivo.
Os níveis são autênticas viagens de montanha russa e sempre com surpresas ao virar de cada curva, cheios de partes a explorar e encontrar o melhor caminho para completar o nível. Por vezes podemos enfrentar algumas frustrações devido às armadilhas que nos aparecem, mas aprendendo com os erros temos níveis que sabem bem ultrapassar. Para não entrar no desespero, quando morremos demasiadas vezes num ponto do jogo aparece um Super Guide que nos leva para o próximo checkpoint do nível, algo que já estamos habituados a observar em jogos da Nintendo, principalmente em Mario.
Outro pormenor que torna o jogo mais difícil é que o conceito tradicional de apanhar 100 anéis não significa uma vida extra, e esta ausência de vidas leva-nos a ver o ecrã de Continue mais vezes, levando-nos de volta ao início do nível após derrotados. As frustrações por vezes são uma constante, mas e por vezes o sistema Parkour podia estar mais preso às paredes que temos de percorrer o que facilitava bastante o controlo nos níveis.
Outro pormenor que torna o jogo mais difícil é que o conceito tradicional de apanhar 100 anéis não significa uma vida extra, e esta ausência de vidas leva-nos a ver o ecrã de Continue mais vezes, levando-nos de volta ao início do nível após derrotados. As frustrações por vezes são uma constante, mas e por vezes o sistema Parkour podia estar mais preso às paredes que temos de percorrer o que facilitava bastante o controlo nos níveis.
A diversidade dos níveis é bastante alta, o jogo apresenta bastantes conceitos diferentes para tirar partido e nunca vemos dois níveis iguais, onde mesmo os que parecem ser "o mesmo" rapidamente mudam de figura e deparamo-nos com novos tipos de obstáculos. Infelizmente esta diversidade não é acompanhada por uma boa quantidade e rapidamente terminamos o jogo, teria sido interessante ver vários conceitos apresentados nos níveis repetidos em diferentes desafios. É curioso observar que algo tradicional como o Grinding onde Sonic deslizava num carril surge muito pouco nesta versão jogo, mas os níveis totalmente feitos nesta jogabilidade são interessantes.
Esta versão oferece ainda um modo cooperativo em que um segundo jogador ajuda Sonic a percorrer o nível, uma ajuda longe de ser vital mas que acaba por ter a participação de um segundo jogador que não é apenas um espectador. Mas caso estejamos perante gente mais competitiva temos ainda um modo local de multi-jogador onde dois jogadores se enfrentam cada um com o seu ecrã (um a jogar na TV e outro no GamePad).
Para além de ser possível jogar o jogo apenas no GamePad usamos ainda o mesmo para controlar vários dos Wisp powers, alguns deles possíveis de controlar quer por controlos de movimento (ou toque) ou controlos mais tradicionais. Os controlos de movimento acabam por se tornar desinteressantes e rapidamente optamos pelo analógico e botões para os controlar.
Nota: o conteúdo da edição Deadly Six disponível no lançamento deste jogo não esteve possível durante o tempo desta análise, sendo que não foi possível explorar esse conteúdo. As funcionalidades de Miiverse, que permitem a partilha de itens entre jogadores, também não esteve presente durante esta análise, não sendo assim possível analisar a sua utilidade.
Versão 3DS
A versão portátil deste jogo traz-nos pela primeira vez, um jogo Sonic portátil com controlos totalmente em 3 dimensões, o que por si já é bastante inovador. Os níveis são "planos" quando comparados com os da versão Wii U mas ainda assim Sonic tem muito por onde explorar as suas novas habilidades. Os níveis também são bastante extensos (principalmente quando se trata de um jogo portátil), ótimo para boas sessões de jogo (e pouco recomendável para curtas viagens).
Esta também não tem toda a variedade de níveis distintos que podemos observar na versão Wii U, acabando por repetir o mesmo estilo de nível em todas as zonas de cada área. Ainda assim apresenta tipos de jogo diferentes em alguns níveis, bastante mais calmos onde correr não é uma prioridade, com alguns quebra-cabeça bastante simples por ultrapassar. Algo que é extremamente nostálgico e exclusivo desta versão é ver Sonic a andar numa prancha de snowboard, o que deixará muitos fãs bastante felizes.
No entanto esta versão tem controlos pouco aperfeiçoados, e enquanto notamos algum trabalho no controlo de Sonic na versão Wii U, esta versão tem os controlos demasiado soltos, principalmente quando saltamos e podemos "navegar" em pleno ar, sendo por vezes complicado acertar em algumas plataformas. Algo que também não ajuda é a câmara estar demasiado próxima de Sonic, tornando a experiência nos níveis 2D algo confusa quando a câmara muda de posição bruscamente.
Durante este jogo existem bastantes sequências animadas para contar a história, sempre acompanhadas por um estilo de humor do género dos desenhos animados de Sonic dos anos 90, que já Sonic Colours representou. Infelizmente as sequências animadas na versão 3DS estão terríveis, com uma resolução bastante fraca quer com o 3D ligado (que em nada ajuda) ou desligado, que torna a imagem desfocada.
Durante este jogo existem bastantes sequências animadas para contar a história, sempre acompanhadas por um estilo de humor do género dos desenhos animados de Sonic dos anos 90, que já Sonic Colours representou. Infelizmente as sequências animadas na versão 3DS estão terríveis, com uma resolução bastante fraca quer com o 3D ligado (que em nada ajuda) ou desligado, que torna a imagem desfocada.
Esta versão conta ainda com níveis especiais onde o objetivo é apanhar as esferas para conseguir a Chaos Emerald, e aqui Sonic voa em pleno espaço e temos de o controlar a 3DS através dos sensores de movimento. Nesta versão podemos ainda enfrentar outros jogadores através da internet, e tal como em multiplayer local até 4 jogadores podem competir, em 3 modos diferentes: corrida, batalha e níveis especiais. O jogo permite ainda Download Play mas é bastante limitado aos níveis que tem disponíveis através deste modo.
Outro ponto exclusivo é a possibilidade de criar pequenas engenhocas que permitem ajudar Sonic na sua aventura. Estas pequenas máquinas podem depois também ser transferidas para a versão Wii U para serem usadas no modo cooperativo.
Outro ponto exclusivo é a possibilidade de criar pequenas engenhocas que permitem ajudar Sonic na sua aventura. Estas pequenas máquinas podem depois também ser transferidas para a versão Wii U para serem usadas no modo cooperativo.
Não se trata de um jogo onde teremos de optar entre as duas versões, mas estando na dúvida a versão Wii U é superior pela experiência que tem a oferecer, mas felizmente ambos os jogos estão mais baratos ao que estamos habituados a ter em ambas as consolas. Qualquer fã de Sonic irá comprar as duas versõese querer competir com os seus amigos, quer localmente, online na 3DS ou derrotar os tempos dos seus amigos (e do mundo, talvez) na Wii U. Aqui recorda-mos bem os anos 90, dos clássicos Sonic na velhinha Mega Drive que nos prenderam tanto e criaram uma forte comunidade de fãs. O simples derrotar de um Badnik para resgatar um pequeno animal é um ponto extra, tal como chegar ao fim e destruir a cápsula que contém estas indefesas criaturas. Na versão Wii U ao resgatar estes animais é importante para avançar no jogo, tornando útil este pequeno gesto.
São jogos um pouco curtos, que podiam oferecer mais conteúdo, mas a exploração de cada nível, juntamente com os Red Rings para colecionar que já são tradição na série, oferecem sempre um bom motivo para voltar aos mesmos níveis, embora que desfrutar dos níveis em si seja motivo o suficiente. Também é um jogo onde vamos desbloqueando conteúdo, que ao completar os diversos níveis conseguimos novos níveis para os modos multi-jogador.