Nintendo Switch 2
Admito que, desde que fui ao evento em Paris que conto os dias para poder ter tempo para dedicar à consola, levá-la para qualquer lado e experimentar tudo o que era jogo da primeira, a ver como se portavam na nova. Tinha muita curiosidade com o novo Mario Kart World, jogá-lo até à exaustão e tentar a minha vingança no modo Eliminatória. Agora que a tenho e passei uns bons dias com a consola e alguns dos seus jogos (novos e velhos), já estou com alguma da minha curiosidade saciada.
A Nintendo Switch 2
Comecemos então pela consola em si: a Nintendo Switch 2 é um salto considerável face à anterior, o que não é surpresa alguma antendendo que era uma consola de 2017 e já se passaram 8 anos. Foi quase uma década com jogos que a marcaram, deixando a pensar se o mesmo se irá repetir agora, deixando-me particularmente entusiasmado com um novo The Legend of Zelda, Fire Emblem ou Xenoblade (ou qualquer RPG que a Monolith Soft esteja a preparar).
Antes de mergulhar mais a fundo na consola, partilho um vídeo onde apresento um pouco a Nintendo Switch 2 e alguns dos seus acessórios. Admito que saio um pouco da minha zona de conforto (sou bicho do mato, gosto de estar escondido… é o que é), mas, sendo este um lançamento especial senti ser a altura certa. Perdoem-me qualquer amadorismo e fiquem com o vídeo!
Bem… voltando ao meu canto, deste lado do ecrã a escrever umas coisas, estes últimos dias passados com a Nintendo Switch 2 têm sido muito, mas muito bem passados! A "magia" da Nintendo Switch original mantém-se: estar a jogar com a consola ligada à TV, pegar na consola e continuar a minha sessão de Mario Kart World no conforto da minha cama. Se há coisa que a original conseguiu foi afirmar-se como a minha maneira favorita de jogar videojogos, uma união perfeita de dois mundos que apreciava bem.
Mundo este agora com um hardware renovado, capaz de trazer jogos como Cyberpunk 2077 que também tenho jogado bastante. Sinto que, com a dedicação devida e um bom trabalho, a consola é bem capaz de trazer títulos de peso que poderão ser a primeira vez para muita gente, jogos como Elden Ring ou até mesmo Final Fantasy VII Remake, que serão também lançadas na consola.
É uma consola consideravelmente maior que a antecessora, com maiores comandos Joy-Con mais ergonómicos também, tornando a consola mais confortável. Tanto os botões como os analógicos têm uma melhor robustez, aproximando-os mais dos comandos convencionais sem estarem tão "soltos" quando comparados com os da primeira consola. Mesmo as colunas estão melhores, a qualidade sonora tem um salto que senti, embora não revolucionário, envolvendo o som melhor como se estivesse à minha volta.
Falando do novo sistema de ligação dos Joy-Con via magnetismo, estes funcionam mesmo muito bem, ambos ficam bem fixos e mesmo segundando na consola não cedia (como podem ver no vídeo em cima), eliminando alguns dos meus receios. É preciso premir os gatilhos próprios para desativar os ímanes e os comandos saem com facilidade, resolvendo possíveis dramas das ligações erradas. Tal como o resto, esta é uma consola bem robusta, com um sentimento premium face à primeira Nintendo Switch, mesmo comparando com o modelo OLED.
O novo GameChat
Saltando um pouco do hardware para o software, não há nenhum salto em si quando comparando a consola com a mais recente atualização da Nintendo Switch. A interface é em muito semelhante (para não dizer igual) embora muito mais rápida, uma ida à Nintendo eShop já não é tão penoso quando tinha jogos a correr ao mesmo tempo que procurava por algo na loja.
O grande salto ao nível de software é mesmo o GameChat, o regresso de um sistema de mensagens ausente na consola anterior, que vem agora com um twist. Quase que piscando o olho à popular plataforma (aplicação, ferramenta… o que lhe preferirem chamar) sendo o Discord, a Nintendo decidiu fazer um sistema por si própria, ligando os jogadores por um sistema de chat. Não é algo que usei muito ainda, admito, mas é algo que funciona bem para quem precisar de comunicar com um amigo.
É aqui que entra a nova Câmara da Nintendo Switch 2, que ligamos através da prática entrada USB no topo da consola. Com ela podemos ligar a câmara para estar em direto a falar com os restantes jogadores como se estivéssemos numa videochamada, com todos os mecanismos de proteção que a Nintendo bem gosta de aplicar a tudo o que faz.
O ecrã LCD comparando ao OLED
Este é capaz de ser o maior debate que tenho acompanhado, mesmo antes de a Nintendo Switch 2 ter sido anunciada sequer. Sim, a nova consola usa um ecrã LCD que não deve ser motivo para ficarem reticentes, de todo! Não pensem que por ser LCD que será um ecrã como o da Nintendo Switch quando ela foi lançada em 2017, o ecrã da sucessora aproxima-se e muito ao ecrã OLED que tivemos na anterior, com cores vibrantes e uma incrível qualidade de imagem, agora com uma resolução superior de 1920 por 1080, quando comparado com a resolução de 1280 por 720, resultando numa imagem mais nítida muito apoiada pelo HDR, que torna as cores mais vibrantes se estiver ativo.
É também um ecrã capaz de 120hz, que permite que os jogos possam ser ainda mais fluídos que os habituais 60 frames por segundo (FPS), isto se os jogos o permitirem. Estou curioso por ver os jogos que suportarem estes 120 FPS naquele ecrã, isto porque me continuo a debater se o The Legend of Zelda: Breath of the Wild ou Tears of the Kingdom estão a correr acima dos 60 FPS… pois pode ser por estar demasiado habituado aos jogos na primeira consola.
Jogos da Nintendo Switch, agora otimizados
Falando em otimização dos jogos da consola anterior, a Nintendo Switch 2 tem todo um leque de jogos que foram melhorados, sejam através de um update pago como ambos os Zelda que já referi, sejam jogos que levaram uma melhoria significativa como é o caso de Pokémon Scarlet e Violet que… bem, parecem um jogo novo. Mais detalhados, com mais pokémon a circularem no mapa do mundo e uma fluidez constante muito acima do que foram estas aventuras em 2022.
Há muitos outros jogos, também The Legend of Zelda: Link's Awakening e Echoes of Wisdom estão agora muito fluídos, Mario Odyssey está mais detalhado devido à melhor resolução. Fiquei extremamente feliz por ver que a minha ilha em Animal Crossing: New Horizons não tinha framedrops absurdos (pois sou daqueles que gosta de preencher quase a ilha toda com tralha), mesmo que o jogo continue a correr a 30 FPS. No entanto, há jogos que gostaria de ver melhorados, principalmente tudo o que é Xenoblade que tanto ao nível de resolução como fluidez podiam ter um upgrade, que me faziam jogar todos novamente sem pensar duas vezes.
A bateria e a sua longevidade
É certo que as longas sessões de jogo puxam bem pela bateria da consola e, aqui, há sem dúvida uma descida no número de horas que temos disponíveis de jogo, quando comparando com a Nintendo Switch OLED ou até mesmo a "V2". Com a luminosidade no máximo numa viagem de comboio, posso dizer que ao fim de hora e meia dei por mim nos 56% de bateria, lembrando-me dos tempos da minha primeira Nintendo Switch que só sobrevivia a uma viagem Porto – Lisboa se levasse o powerbank comigo. Mais do que um modelo novo com um ecrã OLED, seria muito bem-vinda uma reformulação de hardware com uma bateria melhorada, mesmo quando uma mistura de Mario Kart World, Cyberpunk 2077 e The Legend of Zelda: Breath of the Wild – Nintendo Switch 2 Edition possam rondar bem as duas horas e pouco.
Jogos, cartuchos, Game Key Cards... code in a box?
Aquilo que me deixa com um travo amargo, e não falo do sabor dos cartuchos (que, sim, continuam a ter aquele terrível sabor como é suposto), é ver muitos jogos third party a serem lançados através do formato Game Key Cards, cartuchos que nada têm lá, mas ativam um download para termos o jogo na consola. A sua vantagem é que a sua revenda, troca ou emprestar estes jogos torna-se possível, mas ficam à mercê de um download que num futuro, poderá ser inacessível.
Enquanto que temos jogos como Cyberpunk 2077 que tiveram o cuidado de lançar com tudo no cartucho, temos casos como Street Fighter 6 (que precisariam de todo o espaço possível no cartucho) a sair como Game Key Card. Torna-se ainda mais estranho quando continuam a existir lançamentos que são um código na caixa, sem mais nada. Há outros lançamentos curiosos, ambos os The Legend of Zelda como Rune Factory: Guardians of Azuma são jogos para a Nintendo Switch 2, que funcionam também na sua antecessora diretamente pelo cartucho, pois o jogo está lá na íntegra. Só espero que, no futuro, a resposta aos jogos que têm um lançamento cuidado, com "tudo no cartucho" seja bem recebido de modo a promover estes lançamentos.
Acessórios, mesmo os antigos!
O grande acessório da Nintendo Switch 2 pode ser a câmara, mas o meu predileto é mesmo o novo Comando Pro, uma evolução face ao mesmo comando da anterior. Ao nível de feeling enquanto o uso é muito semelhante também, com botões melhorados e também joysticks bem mais fixos, semelhantes aos dos Joy-con. A grande falha do anterior foi corrigida, com uma entrada de áudio para ligar os nossos tradicionais headphones, numa altura em que são cada vez mais os dispositivos a serem wireless ou usando a entrada USB.
Tem o botão para ir ao GameChat, um botão dedicado que me leva a acreditar que a Nintendo quer mesmo que usemos o sistema. Há dois botões adicionais, o GL e o GR que nos permitem replicar outros botões para os seus acessos serem mais práticos. Como exemplo, no Mario Kart World tenho usado muito o GL como atalho para o botão de captura, permitindo-me tirar imensos ecrãs sem nunca largar o joystick. Por último há dois pontos melhorados, um sendo a vibração do comando e outro o dpad mais responsivo, duas coisas que não senti um grande salto, no entanto.
Há outros acessórios, ainda não tive tempo para dar uso ao comando de GameCube que também foi lançado juntamente com a Nintendo Switch 2, que vou usar bem para jogar o catálogo desses jogos. Há boas notícias para quem possui uma boa quantidade de comandos da consola anterior, pois funcionam lindamente, só não podendo "acordar" a consola do modo de descanso, algo que só pode ser feito com os comandos da Nintendo Switch 2. São boas notícias para que todos tenham comandos para sessões a 4 jogadores de Mario Kart World, ou ainda para os combates a 8 em Super Smash Bros. Ultimate.
A Nintendo Switch 2 chegou e, com ela, vem todo um catálogo de jogos que estou ansioso por jogar. Não tarda muito estamos a explorar um novo jogo de plataformas com Donkey Kong Bananza e, quem sabe, pouco depois chega finalmente Metroid Prime 4: Beyond, dos jogos que mais anseio jogar, principalmente para ter um título que use intensamente o modo de rato. Este é capaz de ser um game changer para a consola, atraindo os developers e público fielmente ligados ao PC gaming, agora que têm uma consola que traz esse sistema de controlo diretamente na caixa.
Estou muito satisfeito com a consola, tenho-me divertido imenso e ainda não explorei totalmente,ainda não experimentei o Game Share a sério, por exemplo, que permite partilhar jogos com outros jogadores sem que eles precisem de os teru. Não ser a revolução da primeira consola, sendo uma evolução muito mais que bem-vinda, quando há muito queria que a Nintendo jogasse pelo seguro, agora que encontrou uma fórmula de sucesso. O futuro dirá se foi ou não a escolha certa, sendo que aguardo pelo comunicado oficial a anunciar as vendas neste fim de semana de lançamento, se for lançado alguma coisa.