Freakyforms: Your Creations, Alive!
Os jogos baseados em conteúdo gerado pelo utilizador são bastante populares nos dias que correm. Dar a possibilidade de contruir personagens, personalizar o mundo e interagir com conteúdo criado por outros jogadores não é uma novidade. Mas Freakyforms: Your Creations, Alive! baseia-se unica e exclusivamente nesse aspecto: criar personagens (aqui chamados "formees"), editar os cenários e partilhar com os amigos ou desconhecidos através do StreetPass.
Ao ligar o jogo, é pedido para escolher o nome do planeta - uma área circular, cinzenta e sem vida. Mas, logo a seguir, começa-se a criar o primeiro Formee, um desenho que se constrói a partir da sobreposição e manipulação das formas disponíveis. Terminada a forma e cor da criatura, resta dar-lhe um coração, um nome, voz e frase preferida. O primeiro Formee surge, então, no planeta acabado de criar, com vontade de explorar. Rapidamente irá encontrar o primeiro tesouro, que faz aparecer as primeiras árvores do planeta - também estas árvores são desenhadas pelo jogador e podem, na realidade, ter qualquer forma ou aspecto. Através da exploração do planeta, serão desbloqueadas novas formas para criar personagens e adicionados elementos ao mundo, como nuvens, casas, etc.
A jogabilidade é sofrível. Explorar o planeta com um Formee implica usar o touch screen para indicar uma direcção e fazer o gesto de puxar (como se fosse uma fisga) para ele saltar. Embora funcione, não é mesmo o método mais prático para controlar. Mas esta exploração é apenas um pretexto para não ter todas as formas disponíveis com que se vai construir os personagens - este sim, é o objectivo do jogo e o aspecto em que este brilha. As ferramentas de construção são extremamente simples de manipular e qualquer forma é possível, por muito bizarra que seja, fazendo justiça ao nome freakyforms. Olhos nas pernas? Boca acima dos olhos? Animais com 5 patas? Tudo é possível, basta brincar com as formas e dar largas à imaginação. O jogo falha em alguns aspectos como não ter a hipótese de "undo" ou seleccionar um grupo de formas, mas não limita a criatividade.
O jogo oferece ainda bastantes exemplos e desafios, como "faz um monstro que parece uma raquete" ou "um alien aborrecido". A cada 5 Formees criados, é desbloqueada uma nova funcionalidade, sendo possível partilhar criaturas e cenários através do StreetPass ou códigos QR, tirar-lhes fotografias no planeta ou até vê-los em realidade aumentada. Na realidade, pouco mais há a fazer do que criar e partilhar criaturas, além de experimentar movimentá-las no planeta, onde haverá sempre coisas novas para expandir as possibilidades na criação das criaturas. Mas o certo é que a criação é tão viciante que surgem sempre novas ideias, o que leva o jogador sempre a querer fazer "só mais um".
O estilo é assumidamente infantil e não há dúvida que as crianças são o público-alvo deste software. Não tem a complexidade de um Spore, o realismo de um Sims ou o charme de um Animal Crossing. Ainda assim, o seu estilo assumidamente bizarro é capaz de captar as atenções para um jogo que, num tom mais sério, rapidamente perderia toda a sua piada. Para os nossos leitores que comprarem o jogo, incluímos alguns códigos QR (encontrados aqui), mas sintam-se à vontade para partilhar as vossas criações na secção dos comentários!