Donkey Kong Bananza
Donkey Kong Bananza é uma grande aventura, um jogo de plataformas tradicional recheado com uma boa pitada de ação, onde as nossas armas são os punhos e força bruta de DK. O objetivo é mais que claro, é-nos indicada uma direção e temos de arranjar maneira de ir lá ter, seja por que meio for e enfrentando os desafios que hão de surgir até lá. Há nele muito do toque mágico que tivemos em Super Mario Odyssey ou até em ambos os Super Mario Galaxy, das coloridas e animadas personagens aos desenhos e estilos de cada nível, cheios de pequenos detalhes e surpresas ao virar de cada pedaço de rocha que nos barra o caminho. Os visuais detalhados, coloridos, aliados à promessa que podemos partir tudo à nossa interessava-me (e muito!), até porque estes últimos anos tenho tido uma grande experiência através de jogos de plataformas, algo que me deixa bem feliz! Neste jogo vi potencial para ser aquele que cumpria essa quota auto-imposta para 2025.
Acompanhamos DK num dia completamente banal enquanto escavava uma mina, à procura de… bem, bananas! Não é muito explorado como foi ele parar lá, mas, estava no local certo à hora exata para arrancar em mais uma aventura, nesta que é mais especial do que pode parecer. Já há muito que não temos um grande jogo com DK e companhia, com os seus últimos grandes títulos surgiram na Nintendo Switch através de remasters de jogos lançados na Nintendo Wii e Nintendo Wii U. Ainda assim, esta é uma aventura que vai muito mais atrás no tempo, bem diferente dos Country Returns e mais próximo de Donkey Kong 64, o clássico da Rare lançado no final da década de 90. É nas personagens que via ali algo muito familiar, naquele estilo até mesmo "grotesco" e exagerado que via nos jogos da Rare de então, onde os enormes olhos saltavam das órbitas e as personagens desproporcionais pareciam ter movimentos meio toscos. Tudo coisas que acompanham bem o novo design de DK, bem mais expressivo que parece ter descoberto todo um leque de emoções, e expressões, neste jogo.
Acompanhamos DK num dia completamente banal enquanto escavava uma mina, à procura de… bem, bananas! Não é muito explorado como foi ele parar lá, mas, estava no local certo à hora exata para arrancar em mais uma aventura, nesta que é mais especial do que pode parecer. Já há muito que não temos um grande jogo com DK e companhia, com os seus últimos grandes títulos surgiram na Nintendo Switch através de remasters de jogos lançados na Nintendo Wii e Nintendo Wii U. Ainda assim, esta é uma aventura que vai muito mais atrás no tempo, bem diferente dos Country Returns e mais próximo de Donkey Kong 64, o clássico da Rare lançado no final da década de 90. É nas personagens que via ali algo muito familiar, naquele estilo até mesmo "grotesco" e exagerado que via nos jogos da Rare de então, onde os enormes olhos saltavam das órbitas e as personagens desproporcionais pareciam ter movimentos meio toscos. Tudo coisas que acompanham bem o novo design de DK, bem mais expressivo que parece ter descoberto todo um leque de emoções, e expressões, neste jogo.
Até lá… há que destruir tudo o que nos apareça pela frente! Seja escavar montes dentro e encontrar cavernas lá escondidas, abrir buracos no chão até não poder mais, destruir tudo o que é rochedo, usar os materiais para chegar a determinadas partes dos níveis, que são muitos, mesmo quando podemos escalar grande parte dos cenários há muitas partes inalcançáveis. Não há propriamente um desafio aterrador, é uma aventura por vezes até demasiado tranquila, acompanhada pelo sentimento de aventura cada vez que chegamos a um novo bioma sempre que nos aproximamos mais do Núcleo do Planeta. O que é peculiar é que, em momento algum, sentimos que estamos no subsolo, enquanto atravessamos florestas densas, montanhas geladas ou grandes desertos, entre locais memoráveis. Cada novo local introduz-nos novas personagens e habitantes do submundo, sendo que nos cruzamos com uns quantos rostos familiares!
Pauline é também a voz da nossa aventura, reage a tudo o que nos aparece à frente, fala sempre para DK sem que este dê uma resposta além de um ou outro grunhido e sempre que há momentos de história, a par da língua inventada de tudo o que é personagem e vilões, Pauline tem voice acting em todas as suas falas. Senti aqui que se perdeu uma oportunidade de ouro, pois o jogo está todo localizado em português do Brasil até nas vozes, mas, nada em português de Portugal. Tentei, mas não conseguia lidar com Pauline dizer constantemente “Dê Cá”, por isso, desculpa Pauline do Brasil! Ainda assim é um passo positivo quando comparado com Super Mario Odyssey, pois sempre tem uma escolha em português.
OIhando para a grande aventura de estreia de Mario na Nintendo Switch em 2017, muito se especulou se a presença de uma Pauline jovem tornaria este jogo numa prequela de Super Mario Odyssey, que sem dar uma resposta, há muitas semelhanças não só com esse jogo, como em todas as aventuras de plataformas 3D de Mario desde a Nintendo 64! Das imensas surpresas que surgem em cada nível, muitas referências à nossa espera ao virar da “esquina” que nos levam a querer explorar os níveis fio a pavio. Por várias vezes pensei “só mais um bocado”, bocados esses que se estenderam por horas só porque queria ir buscar mais um fóssil ou uma banana, pois encontrando mapas do tesouro o jogo indica-nos onde encontrar tudo e mais alguma coisa, perfeito para ser mais fácil concluir cada nível a 100%.
Encontrava sempre coisas que me motivaram a essa exploração, pontos no mapa que não descansei até encontrar o caminho certo, momentos nos níveis que me forçava a quebrar barreiras de materiais mais duros que o próprio aço, para depois perceber que não estava a ver a solução para o problema. Muitos momentos a andar em mine carts (oh tantos momentos a andar nestas vagonetas), onde o jogo se tornava numa espécie de shooter em que tínhamos de apanhar os mais diversos materiais para enfrentar os inimigos que nos barravam caminho. Aliás, muito do jogo envolveu pegar em pedaços do chão (ou paredes, ou materiais perigosamente explosivos) para atacar os mais variados inimigos, ou criar plataformas para conseguir chegar ao destino. Demorei a dar o clique de surfar nas pedras e, depois de usar e abusar deste poder, questionei-me porque é que não o havia feito mais cedo.
Tudo coisas para me divertir, como se estivesse a entrar num parque de diversões onde era livre de fazer o que me dava na real gana, enquanto era recompensado ao cumprir objetivos. Recompensas essas importantes para a aventura, pois era ao apanhar bananas que conseguia obter pontos para desbloquear ou melhorar as habilidades de DK, desde surfar nas pedras como já referi, como aumentar a sua força ou ter mais pontos de vida. De resto, tudo o que é fóssil funciona como uma espécie de moeda para desbloquear fatos para DK e Pauline que não são puramente estéticos, pois cada roupa tem atributos associados que nos ajudam a enfrentar diferentes desafios. Dei por mim a dar prioridade a habilidades que ajudam destruir o cenário, que o jogo teve uma espécie de efeito terapêutico em mim por poder destruir o cenário “todo”, tendo momentos em que não descansei até ter limpo áreas inteiras nos níveis, sem dar conta do tempo passar. O que é verdadeiramente estético são as cores de pelo de DK, que vamos comprando e parece um gasto inútil, mas há ali cores brutais que quis logo usar (esperando agora que sejam cores alternativas para DK num próximo Smash Bros.)!
Tal como a exploração do mundo do jogo é feita por camadas, a diversão dele também surge assim aos poucos, à medida que DK vai recebendo novas transformações Bananza! Com elas podemos navegar mais facilmente pelo jogo, seja a destruir o cenário com a transformação Bananza Kong, correr sem parar (e até mesmo pela água) com Bananza Zebra ou planar pelos céus com Bananza Avestruz, chegando a partes dos níveis praticamente impossíveis de chegar doutro modo. São transformações que também têm as suas habilidades a obter, melhorar e abusar, mesmo havendo um tempo limite para a sua utilização, enquanto ia destruindo o cenário transformado, recuperava energia para manter esta forma especial ativa. E, claro, o jogo oferece imensos momentos para explorar estas transformações, com alguns momentos que me fizeram questionar qual a melhor forma para resolver determinados desafios, com outros que me obrigavam a alternar entre transformações a tempo recorde.
Não olhando para o jogo como “o próximo Super Mario Odyssey”, as minhas expectativas eram de encontrar aqui a próxima grande aventura no género de plataformas da Nintendo, Donkey Kong Bananza cumpriu em muito as minhas expectativas, superando-as até em alguns momentos. Bosses e níveis épicos, momentos na história que me fizeram sentir aquelas personagens, numa aventura que agora os pais que cresceram com o género de plataformas na sua infância ou adolescência, poderão agora fazê-lo com os seus filhos, principalmente a jogarem em modo cooperativo. Gostei imenso que não tentaram que este fosse "o novo jogo de Mario" e exploraram DK como uma personagem com um potencial incrível, deixando-me a querer mais aventuras deste género com ele. A força de DK foi um gimmick, por assim dizer, e tal refletiu-se neste jogo.
Aqui entra um toque curioso, notório durante a aventura, mesmo sem foco ou destaque. A relação entre DK e Pauline vai crescendo subtilmente à medida que avançamos no jogo, onde DK assume um papel mais protetor para Pauline e, esta, mostra-se sempre ansiosa e aventureira. É uma relação ao estilo pai e filha, mesmo sem as grandes sequências de animação que esperamos de jogos com um foco maior na narrativa, o que não é o caso aqui. Aos poucos Pauline vai-se abrindo com DK, contando um pouco mais da sua história, os seus medos e como os quer ultrapassar. Não, não é nenhuma história de pai e filha como encontramos em The Last of Us, mas, o sentimento está lá.
Termino com uma nota: os fãs de jogos de plataformas têm aqui um jogo obrigatório e, se forem também fãs de Donkey Kong, vão adorar tudo o que é surpresa que o jogo tem à vossa espera! É um regresso à década de 90 e aos jogos de plataformas de então, com todos os desafios e surpresas que daí surgiam, oferecendo ainda um belo sucessor de Donkey Kong, 64 há muito pedido pelos fãs. É o jogo perfeito para os meses de lançamento da Nintendo Switch 2, que, se não foi Mario Kart World que vos puxou para a consola, talvez seja este Donkey Kong Bananza!
Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch 2, gentilmente cedido pela Nintendo.
"Ao Telmo, que muitas saudades deixa, que sei o quão excitado ficava sempre que era lançado um novo jogo de plataformas da Nintendo. Dos dias a contar até ao lançamento de Super Mario Galaxy, as longas sessões de New Super Mario Bros DS., à vez que jogamos Super Mario Wonder, a nossa última sessão de jogo. Este seria mais uma aventura que iríamos passar horas a jogar, a falar das descobertas e das surpresas."
– Nuno, 2025