Rematch
Há surpresas que chegam por bem, por mais que não seja perfeitas ou que falte algo para tal, uma boa lufada de ar refrescante e oxigénio puro é sempre bem-vindo. Rematch é um dos jogos que este ano terá os seus fiéis adeptos, creio que até merecia bem mais atenção por múltiplas razões que vou, entretanto, descrever na análise.
Uma nova produção dos responsáveis de Sifu, Rematch é um dos jogos que também foi uma supresa curiosamente, tudo isto devido à originalidade e ao prazeroso combate que este nos delicia. Este jogo foge apenas ao tema, mas tem a marca dos criadores bem patente, o grafismo cartoonesco, parece que estamos no mesmo universo de Sifu.
O Nuno Mendes trouxe-nos há 2 meses as suas primeiras impressões ao jogo, hoje trazemos-vos a análise completa ao jogo final e não podemos deixar de falar daquilo que gostamos e daquilo em que o jogo poderia incluir, mas antes terei de falar das inúmeras referências e sentimentos que o jogo transmite. Aos que acompanham videojogos há muitos anos, recordamos que Rematch bebe inspiração em certos jogos e até séries animadas, ou essa foi a minha perceção ao passar umas horas de jogo neste divertido jogo agora disponível. As referências mais à vista são o LiberoGrande, um videojogo de futebol lançado na PlayStation em 1998, que tinha como conceito escolher um jogador e jogar somente com esse futebolista, ao contrário dos jogos tradicionais em que geralmente controlamos uma equipa inteira, tornando LiberoGrande algo bastante original, especialmente para a sua época. A outra referência é claramente a série Blue Lock que está em alta até pelo facto de, no último mundial, o criador deste mangá ter sido responsável pelas camisolas da seleção japonesa.
E então quanto ao jogo, apesar das referências mencionadas anteriormente, é mesmo especial ou é algo banal? Diria que é bastante especial, não chega a ser perfeito porque peca nos modos de jogo e na questão dos servidores não terem estado preparados para tal afluência, o jogo deixou-me um tanto irritado inicialmente e por muito pouco estava prestes a perder o interesse total no jogo.
Começamos com um tutorial que desde já aconselho a realizar mais que uma vez caso tenham problemas em memorizar tudo duma vez, foi o meu caso e quis aprender a jogar seriamente porque senti que não estava a dar o meu melhor em campo quando comecei as minhas partidas. É indispensável e sem isso nunca vão conseguir perceber as mecânicas e tirar o proveito máximo do jogo, até pelo simples facto de controlar a bola e ter precisão e eficácia.
Após passarem a fase do tutorial está na hora de criarem a vossa personagem, podem personalizar com coisas engraçadas e vai desde a cor da pele ao cabelo como também próteses e equipamento, mas, o leque de escolhas também podia ser expandido com mais opções diferentes. Ao chegar ao menu foi o que me deixou um pouco baralhado: então os criadores de Sifu, que criaram um modo single player tão único não foram capazes de criar em Rematch uma narrativa a solo offline? É verdade, infelizmente Rematch é um jogo dedicado apenas para o online e honestamente sinto que foi uma oportunidade completamente desperdiçada por parte da equipa de desenvolvimento. Sendo um jogo tão especial e único, um modo campanha seria soberbo, até mesmo um modo torneio ou algo do género, havia espaço para tanto e um jogo com tanto potencial. O jogo cinge-se apenas às partidas online entre 3 Vs 3, 4 VS 4 ou 5 VS 5, resumidamente é isto que o jogo tem para oferecer, incluindo o modo de partidas com base no ranking mundial de 5 contra 5 jogadores.
Inicialmente tive problemas bastante absurdos, ao ponto de deixar-me frustrado porque os 3 primeiros jogos eu não conseguia ver a bola e todos à minha volta estavam a jogar e eu andava perdido atrás de sabe-se lá o quê. Uma outra partida o meu jogador não se mexia sequer, estava intacto no campo, pensei que fosse do comando, mas não, apenas alguma coisa relacionada com a ligação. Mas eis que chegou a altura em que tudo começou a funcionar devidamente e o jogo começou a crescer comigo, aí a experiência foi fantástica, diversão pura, vício total e fiquei agarrado uns dias a jogar.
Lembranças do passado começaram a vaguear na minha mente, quando éramos 5 contra 5 em campo e trocávamos de guarda-redes sempre que alguém marcava ou sofria golo, aqui acontece o mesmo, embora qualquer um possa ser guarda-redes quando assim pretender. Cada golo marcado troca automaticamente as posições dos jogadores todos, mas o primeiro a entrar na grande área da sua equipa, é aquele que fica com a responsabilidade de defender a baliza. O jogador passa automaticamente a usar umas luvas virtuais e a jogabilidade muda para guarda-redes, sempre que abandonar a grande área e caso outro jogador entre na sua grande área, fica automaticamente com as luvas virtuais passando a ser o guarda-redes.
A jogabilidade é divertida, o truque mais icónico é o famoso arco-íris com a bola, mas reparei que os jogadores usam e abusam desse truque e assim sendo perdem muitas bolas, é preciso mais perspicácia e maior leitura de jogo, claro que iremos competir com jogadores mais ou menos experientes e tudo vai depender de quem está em campo. Há sempre quem jogue melhor tal como quem jogue pior, podem estar numa equipa boa ou numa pior, havendo quem se sinta frustrado e até abandone o jogo e aí ficamos reduzidos. Cheguei a ficar com apenas 1 jogador e claro que sofremos muitos golos, embora o jogo tente encontrar de imediato um jogador para substituir aquele que abandonou a partida a meio.
Um outro pormenor é o facto de o jogo praticamente não ter momentos de espera para além dos golos, isto porque não existe qualquer árbitro, foras de jogo ou lançamentos de linha lateral, são partidas de 6 minutos intensas e com um objetivo em mente, marcar golos. Há também música durante as partidas e cada música adequa-se ao momento em si, ou seja, quando a bola está nas mãos do guarda-redes a música é suave e ligeira, mas em momentos de tensão a música fica mais stressante e transpira perigo, pois cada remate pode dar em golo, então cria uma tensão especialmente quando o jogo se encontra empatado e este tem de ser resolvido com um golo. Não existem sequer grandes penalidades e aí o stresse aumenta e isso é um excelente detalhe para intensificar as partidas.
Para acrescentar, alguns detalhes como o guarda-redes segurar a bola e entrar na baliza não contar como golo, ou a ligação à internet ter problemas e encontrar a bola num sítio e afinal está a acabar de entrar na baliza são coisas que não são agradáveis de assistir, o facto de termos apenas um modo online sem uma campanha é uma oportunidade completamente desperdiçada. Todos estes pequenos detalhes impedem de Rematch ser o jogo de desporto do ano, ou pelo menos essa é a minha opinião, podíamos estar perante um dos jogos do ano.
Um outro pormenor é o facto de o jogo praticamente não ter momentos de espera para além dos golos, isto porque não existe qualquer árbitro, foras de jogo ou lançamentos de linha lateral, são partidas de 6 minutos intensas e com um objetivo em mente, marcar golos. Há também música durante as partidas e cada música adequa-se ao momento em si, ou seja, quando a bola está nas mãos do guarda-redes a música é suave e ligeira, mas em momentos de tensão a música fica mais stressante e transpira perigo, pois cada remate pode dar em golo, então cria uma tensão especialmente quando o jogo se encontra empatado e este tem de ser resolvido com um golo. Não existem sequer grandes penalidades e aí o stresse aumenta e isso é um excelente detalhe para intensificar as partidas.
Para acrescentar, alguns detalhes como o guarda-redes segurar a bola e entrar na baliza não contar como golo, ou a ligação à internet ter problemas e encontrar a bola num sítio e afinal está a acabar de entrar na baliza são coisas que não são agradáveis de assistir, o facto de termos apenas um modo online sem uma campanha é uma oportunidade completamente desperdiçada. Todos estes pequenos detalhes impedem de Rematch ser o jogo de desporto do ano, ou pelo menos essa é a minha opinião, podíamos estar perante um dos jogos do ano.
Como remate final, gostei mesmo muito de jogar, acho que embora tenha as suas lacunas, Rematch é uma surpresa muito boa e limando as arestas poderia tornar-se num dos melhores de 2025. Não sei se no futuro vão ou não adicionar conteúdo, mas caso isso aconteça, temos aqui um jogo a não perder para os fãs de futebol ou de jogos ao estilo de FIFA Street.
Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PlayStation 5, gentilmente cedido pela Cosmocover.