Flat Heroes


Se há um género que marcou bastante os jogos indies foi toda uma quantidade de jogos de plataforma difíceis, quase impossíveis, que colocavam os nossos reflexos à prova e nervos em franja. Títulos que vão desde Super Meat Boy, um dos principais responsáveis pelo fenómeno, aos mais recentes como é o caso de Celeste. Dentro desse espírito surge agora Flat Heroes, um jogo de sobrevivência.


Aqui somos um pequeno quadrado colorido que tem como objetivo desviar e escapar dos ataques frenéticos que o tentam matar, algo que facilmente poderíamos encontrar num jogo de espionagem ou num filme de Missão Impossível, mas aqui não é o caso. A ação é muita, os ataques surgem rapidamente e temos de usar bem os nossos reflexos de modo a concluir cada um dos níveis. Mas tudo isto não nos é atirado para cima logo desde o início: os primeiros níveis são bastante acessíveis, ensinam-nos as mecânicas de jogo e a curva de dificuldade vai aumentando gradualmente, e tudo sem o uso de tutoriais exaustivos.

Tudo isto se passa em pequenas arenas, e temos de usar as plataformas não só como escudo de vários tiros ou pequenos quadrados kamikaze, mas também paredes para saltarmos de novo para escapar a todo um conjunto de perigos que surgiram em frações de segundo. A apresentação é minimalista, sem cenários ou ruído, o que nos permitem estar 100% focados na ação. Desde os menus, a fluidez do jogo à própria banda sonora, tudo tem bastante estilo! Certo, é um jogo com simples figuras geométricas, mas (quase) todas elas são interessantes devido à animação das mesmas. Não é um trabalho preguiçoso pois há todo um cuidado especial no modo como as cores e formas são usadas e a estética no geral, sendo extremamente fácil ter noção do perigo. Mas na dúvida é fácil: "tudo" no jogo nos quer matar.


Durante o decorrer da campanha principal vamos assistindo a várias engenhocas que funcionam como puzzles, que depois surgem mais tarde e são exploradas ao ponto que quando pensava que já tinha o domínio daqueles perigos, algo inesperado surgia a seguir. Perder não é demasiado frustrante, pois rapidamente repetia o nível, sobrevivia e partia para o seguinte. Há bastantes níveis por explorar, Worlds por assim dizer, mas no geral eram todos bastante curtos, alguns duram breves segundos. Existem também bosses, no geral interessantes mas que mais parecem níveis especiais com um twist.

Para além da campanha principal há modos endless em que vamos acumulando pontos para comprar novos modos de jogo. Esta é a real luta pela sobrevivência pois à medida que o tempo passa mais difícil se torna o jogo, e mais perigos nos caem em cima. Até 4 jogadores podem participar em todos os modos, e embora não tenha conseguido testar o jogo com outros jogadores, é possível lutar contra o computador num modo versus. Em ponto algum o jogo se torna confuso, mesmo com o caos possível causado por estarem 4 jogadores confinados numa arena quadrada pequena.


Na íntegra, este é um jogo simples e que nos recorda dos jogos de naves "bullet hell" em que nos desviamos de toda uma chuva constante de tiros, em que a mínima distração convida-nos para o ecrã de Game Over. Minimalista, algo viciante e que não nos rouba muito do nosso tempo, e ainda assim conta com algumas surpresas.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para Steam, gentilmente cedido pela Evolve PR.

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