The Mooseman


Nem sempre os jogos são focados numa intensa experiência de jogabilidade. Já me passaram pelas mãos vários que se focam mais na sua narrativa e muitos deles são jogos que me fascinam. The Mooseman é mais um jogo desses, um curto jogo mas focado na história e na construção artística, com visuais impressionantes baseados no estilo "animal" da região de Perm, na Rússia.

É um pouco difícil de definir este jogo. A jogabilidade é simples, a personagem vai apenas caminhar para a frente, em cenários 2D, sem a capacidade correr nem sequer saltar, até porque se trata de um idoso, segundo o narrador. As personagens não têm quaisquer expressões nos rostos, sendo apenas sombras, e a maior parte dos cenários apresentam-se quase a preto e branco, em tons acinzentados e escuros. Por vezes, existem cenários que brilham, estão fabulosos, é aí que The Mooseman encanta, isto para não falar da banda sonora, inspirada no folk de Komi e que atinge o coração de tal forma que é impossível não ficar apaixonado. No que diz respeito à arte, The Mooseman é mesmo um jogo admirável.


Tal como a arte, a história do jogo é uma fantasia inspirada nas ilustrações do estilo "animal" de Perm, baseada em tribos russas. O protagonista é um shaman com a capacidade de ver o mundo dos vivos e dos mortos, numa jornada que atravessa mundos de mitos ancestrais em contacto com os espíritos. Além de poder alternar entre mundos, a personagem adquire a meio da aventura a capacidade de se proteger de espíritos ao primeiro toque.

Com apenas isto, o Mooseman terá de desvendar os puzzles e segredos que o jogo tem ao longo da sua curtíssima jornada. Os puzzles são básicos, que levarão no máximo uns 2 minutos a decifrar, por isso vou repetir, isto é, principalmente uma experiência visual. Existem alguns itens colecionáveis para descobrir ao explorar, que não têm propriamente utilidade mas servem para entender um pouco mais do mistério que rodeia a narrativa.

Uma curta parte do jogo troca o Mooseman por um caçador, onde o jogador terá de disparar flechas com o seu arco para derrotar meia dúzia de inimigos e progredir em frente. Foi uma parte interessante, visto que a maior parte do jogo é jogar com o idoso sábio a seguir em frente e resolver os enigmas.


The Mooseman acaba por ser uma experiência focada totalmente na narrativa, com poucos elementos de jogabilidade e até bastante curta, mas que cumpre com o que promete. É um jogo que se termina em cerca de uma hora e que nem todos irão gostar, mas com uma arte fantástica e uma história misteriosa poderá ser uma experiência sublime para os apreciadores. Lançado em 2017 para o PC, chega a 18 de julho à Nintendo Switch, PlayStation 4 e Xbox One.

Nota: esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Evolve PR

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