Pode


Pode é um dos jogos mais fofos que saiu nos últimos tempos. Esqueçam a rabbid Peach, esqueçam o veado do Fe, esqueçam o Pikachu que fala com voz de whiskey e charuto cubano. Meus amigos, Pode é o jogo que nos satisfaz os níveis de açúcar de videojogos.

Este indie apaixonante entrega-nos uma experiência cooperativa local (ou um singleplayer muito difícil) em que temos de resolver puzzles para progredirmos numa história, que na verdade não é nada por aí além. Simples e eficaz. Não precisa de uma trama digna de Óscar se tudo o resto for exímio, que é.


As duas personagens são muito contrastantes: um jogador controla um quadrado de pedra que faz erguer estruturas com a sua força interior e outro jogador controla a luz/sol, redondo, que faz florescer a natureza com a sua habilidade. Podem juntar esforços e erigir um mundo vivo.

Cada nível é uma sala com um objetivo específico e pode ter colecionáveis, indicados no menu de "Viagem Rápida". O hub world é fundada nos objetivos dos níveis consequentes. É também apresentado uma rápida sucessão de níveis introdutórios prévios aos puzzles per se, com função de tutorial.


Mas desenganem-se ao achar que Pode é fácil. O jogo é difícil suficiente para forçar um habitual jogador de puzzles refletir em como certa dificuldade pode ser contornada com um leque de movimentos reduzidos, dado que as personagens apenas saltam e invocam a sua habilidade natural (ao longo do jogo vão adquirindo mais movimentos). O jogo pode ser jogado com crianças, pois é possível trocar a personagem que se está a controlar, possibilitando que o jogador mais experiente execute uma acrobacia e retome a sua personagem habitual. Os últimos níveis de cada mundo são de lógica e menos de manipulação do ambiente.


Joguei em modo coop com a minha mãe, que não é uma jogadora nem assídua nem propriamente ávida em manejar um comando de consola. O jogo Pode sugou-nos para a sua lore e inclusive foi a minha mãe que pediu para voltarmos a jogar. Claro que, azelhice de lado, tivemos um ótimo momento de jogo e de ligação mãe-filho [como dizer isto sem parecer lamechas?].
Os comandos podem ser adaptados a um joy-con por pessoa, dando possibilidade ao imediatismo de colaboração em qualquer lado com a Nintendo Switch.
Experimentei o modo single player e surpreendeu-me pela positiva, por ser uma opção viável para progredir neste mundo simples e bonito; mas claro que foi primariamente pensado para um ambiente couch co-op e de resolução de problemas em equipa.



Para mim, um jogo obrigatório para quem pode partilhar as suas sessões de jogo com alguém. Um jogo que guardo no coração, pelos momentos que me proporcionou.


Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Plan of Attack.

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