Omensight


Quando iniciei Omensight pensei que estava a assistir a uma introdução dos velhos jogos God of War, uma narradora que conta a história trágica de guerras e desastres, destruição e perdas. E a verdade é que quando comecei a tomar controlo da personagem, a jogabilidade era de facto muito similar à dos jogos God of War anteriormente lançados. Até a própria câmara, incapaz de ser controlada, segue o jogador e isso não foi qualquer problema. Muitas semelhanças, mas também um estilo visual muito diferente. Será que a soma de todas as partes faz de Omensight um bom jogo?

O protagonista é um guerreiro misterioso que todos temem de nome Harbinger (Prenúncio). Um guerreiro veloz e feroz, que se torna na única esperança que resta para o povo de Urralia na luta contra Voden, a maior ameaça desta terra. A história agarra o jogador, é interessante e intensa. Por lutas a fio, existem diálogos com guerreiros que estão a dar o seu último suspiro e com estes guerreiros é possível criar um vínculo com a sua alma. Após criar este vínculo há a oportunidade de voltar atrás no tempo antes de este falecer para entender a narrativa.


Em Omensight a personagem pode evoluir ao meditar diante um cálice, para que o guerreiro suba de nível e ganhe novos poderes/habilidades. Existe também âmbar que ao ser colecionado dá a possibilidade de receber uma bênção. Ao dar X de âmbar pode-se aumentar a barra de saúde, a força da lâmina, tornar os ataques dos aliados mais poderoso ou por exemplo desacelerar o tempo quando o jogador efetuar uma esquiva perfeita.

Mas o Prenúncio não lutará sozinho, alguns dos seus companheiros estarão a apoiar com habilidades especiais em que o jogador terá de premir R2 para que estes possam lançar um ataque/feitiço poderoso contra os seus inimigos. Os companheiros não servem apenas para atacar, eles são importantes para ultrapassar certos obstáculos que o protagonista não consegue alcançar. As personagens falam com Prenúncio, mas ele é um “silent type” e não dialoga com ninguém, digamos ao estilo de Link nos jogos The Legend of Zelda. Os bosses não são únicos, mas não deixam de ser interessantes. Sempre que se derrota um, é possível criar um vínculo com a alma deles para mais tarde voltar ao passado e conhecer os motivos que os levaram a cometer certos actos. Cada dia que é passado com estes guerreiros são descobertas pistas, para tal basta aceder à Orbe de Investigação na Árvore da Vida, dessa forma o jogador decidirá os seus próximos passos pois apesar de no gameplay Omensight ser linear, o próprio jogador é que decidirá como e por onde quer “abrir caminho” para chegar ao final e desvendar o mistério do tal assassinato de Vera, que é a chave para salvar o mundo.


Os cenários estão muito bem desenhados e detalhados, completos e bem animados. O grafismo cel shading suave e a quantidade de pormenores é muito de esboçar um sorriso. Tesouros e caixotes estão por toda a parte que caminhamos. Estes tesouros contam com âmbar e alguns dos caixotes com frutos para restabelecer a saúde de Prenúncio. Claro que não poderiam faltar os pequenos caminhos secretos que dão a uma sala secreta com tesouros e memórias colecionáveis das personagens com quem Prenúncio luta ao lado. Estas memórias contam um pouco da história de cada umas personagens que se encontram pela jornada fora de Omensight. Mas para além destes caminhos secretos pelo jogo, existem portões os quais Prenúncio não tem acesso, só depois de adquirir selos especiais é que poderá atravessar por estes portões especiais que abrem novos caminhos. De referir que o jogo está legendado em PT tanto os menus de jogo como as legendas durante o gameplay e cut-scenes.

Em termos de som, o voice acting está muito bom, a banda sonora é épica e irá envolver qualquer jogador nesta aventura cheia de ação. É semelhante aos velhos jogos God of War na PS2, mas conta com elementos que o tornam bastante interessante quando comparado com vários jogos do mesmo género. Embora praticamente tudo esteja espetacular, o jogo não deixa de ter de vez em quando uma quebra de frame rate, nada que estrague a experiência, mas elas estão lá.


Para concluir, o estilo de jogo pode ser de um género que hoje em dia não traga nada de novo, mas se tivesse sido lançado na era da PS2 seria um dos melhores jogos de sempre para essa época, pelo facto de ter alternativas conforme se vai jogando, na forma como se quer jogar, na possibilidade de escolha e desvendar o mistério de múltiplas formas, que torna Omensight muito especial, além de contar com 5 níveis de dificuldade diferentes, que pode alargar ainda mais a experiência. Pode parecer mais do mesmo para os jogadores que já dominam este género, mas se quiserem matar saudades então Omensight é mesmo um obrigatório.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a PlayStation 4, gentilmente cedido pela Evolve PR.

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