Ys Origin


Ys Origin, originalmente lançado no PC em 2006, esperou mais de uma década para chegar às consolas, com uma adaptação para a PlayStation 4 no ano passado. É muito tempo, mas eis que agora o jogo chega finalmente à consola Xbox One - uma consola onde o género é escasso e um jogo como este pode fazer a diferença.

Ys é um nome bem conhecido pelos amantes de jogos RPG de ação. Uma série que marcou presença em múltiplas plataformas e sempre quis experimentar, mas nunca tive a oportunidade. Este lançamento foi então uma desculpa perfeita para o fazer, ainda por cima sendo o jogo que, cronologicamente, é o primeiro da história.

Assim que damos inicio ao jogo temos à escolha duas personagens, uma masculina e outra feminina. A diferença não é apenas no género, mas também nos atributos, ou seja, a masculina chama-se Hugo e utiliza a magia sacrificando a velocidade, mas forte no ataque de longo alcance, já Yunica (personagem feminina) usa um machado e tanto o alcance de ataque como a velocidade são médias. O curioso disto é que na verdade, após terminar o jogo com as duas personagens, desbloqueamos uma terceira personagem e somente com essa é que teremos acesso ao final verdadeiro de Ys Origin.

O jogo conta-nos a história da origem da terra Ys. Um dia, demónios atacaram em massa, mas seis padres e duas deusas usaram o poder da “Black Pearl” para erguer a terra de Ys até aos céus, fugindo da invasão demoníaca. Estes demónios construíram uma torre para poder atacar novamente e nós temos que impedir que isso aconteça. Sendo fã de animes, não podia deixar o meu contentamento com o vídeo apresentado após a introdução. Os fãs de Ys estão habituados a estas animações maravilhosas, mas para um principiante na série foi realmente impressionante. O jogo encontra-se localizado na língua característica de Ys mas como é óbvio, temos as legendas em inglês.


Este é um RPG de ação com uma jogabilidade simples e fluída. Colecionar itens, abrir portas e seguir em frente, é disto que se trata Ys Origins. O jogo passa-se todo na Devil Tower, o que inicialmente não foi totalmente do meu agrado porque supus que o jogo acabasse por aborrecer, visto que não se joga em ambientes abertos. No entanto, posso afirmar que existe de facto grande variedade de pisos com cenários diferentes que nos fazem esquecer um pouco que estamos no interior de uma Torre e tanto caminhamos com os pés assentes em solo firme como nadamos contra as correntes fortes em cenários repletos de água. Enquanto subimos, tornamo-nos cada vez mais fortes e encontramos bosses desafiantes e variados, o que torna o jogo interessante, nota-se a sua criatividade. O problema talvez seja o grinding para que nos tornemos fortes. Verdade seja dita, nunca gostei muito disso, mas em YS Origins é mesmo divertido derrotar os inimigos, por isso não custa tanto dedicarmo-nos a esse grinding para melhorar as personagens. Algo que me agradou imenso foram os itens especiais, por exemplo o Mask of Eyes que nos possibilita ver entre paredes e caminhos que outrora eram invisíveis à primeira vista.

Um pormenor a destacar é a excelente banda sonora, mas para quem joga jogos da Falcom, já sabe muito bem o que esperar, tal como aconteceu com Tokyo Xanadu, a OST é maravilhosa. O grafismo é simples mas bonito e um pouco retro (afinal o jogo original é de 2006), as secções de plataformas igualmente simples sem extremos em termos de dificuldade, a não ser que se atrevam a jogar numa dificuldade maior.


Quanto à jogabilidade, como mencionei acima, é simples e fluída, com um ataque normal e uma barra que quando preenchida dá-nos a possibilidade de usar um Boost, ao ativar este Boost a magia e a defesa aumentam, tornando a personagem mais resistente aos ataques dos inimigos. Existem também as Skill Attacks, ativando estes ataques que consomem MP, podem criar danos superiores comparados com ataques normais, além disso algumas destas habilidades são úteis para negar armadilhas mágicas ou ativar mecanismos que dão origem a novos caminhos. Dentro das Skill Attacks encontramos por exemplo o Force Shield que, tal como o nome indica, protege a nossa personagem de danos sofridos. As pedras preciosas como Esmeraldas, Topaz e Rubys servem para aumentar as habilidades, cada uma delas com um poder em específico, por exemplo, o Ruby aumenta a habilidade de fogo já a Esmeralda aumentará a habilidade do vento.

Agora falando num ponto negativo e que me irritou um pouco foi impedimento de pausar o jogo em lutas contra bosses. Durante o jogo é possível pausar sim, mas numa luta feroz contra um boss não há foram de pausar o jogo. Das duas uma, ou passam o boss ou então deixam-se perder para aceder ao meu de Game Over. Menos mal que antes de um boss, tal como mandam as leis na maior parte dos jogos, existe um ponto de gravação. De qualquer das formas não faz sentido, visto que não se trata de um jogo online e não há qualquer razão para nos impedir de receber uma chamada ou simplesmente ter outra coisa qualquer para fazer.


Mas o melhor mesmo é podermos jogar pela primeira vez YS sem sequer ter jogado algum outro jogo da série antes, por isso se forem novos em YS tal como eu, joguem-no. Pode até nem ter muito conteúdo, mas tem uma grande longevidade com cada uma das personagens e cada uma delas com as suas características. Pode até nem ser o melhor da série pois isso não posso afirmar, mas como primeiro contacto com YS, vale mesmo a pena jogar.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Xbox One, gentilmente cedido pela DotEmu.

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