Jumpdrive


Um sandbox de temática especial, Jumpdrive (conhecido originalmente pelo nome de Paragorn) é um jogo no qual assumimos o papel de um comandante de uma pequena nave e tentamos ganhar a vida como comerciantes, seguranças ou...contrabandistas.

Aqui somos nós quem escolhe o caminho a seguir e podemos fazê-lo mediante o tipo de missões que aceitemos. Tal escolha pode ser feita logo no início do jogo. A nossa nave encontra-se estacionada num porto espacial, no qual temos acesso a uma vastidão de opções que passam por: escolher entre variados tipos de missões (como referi anteriormente), comprar material tendo em vista a melhoria da nossa nave, repará-la (se necessário), adquirir uma nova e ver qual é o nosso status junto da polícia galáctica. Este porto espacial está inserido numa cidade futurista, repleta de arranha-ceús, bastante iluminada, mas aparentemente deserta, uma vez que não é discernível a existência de qualquer tipo de formas de vida no local. Isto é, se excluirmos a personagem do nosso jogador, o oficial de justiça e o responsável pelo porto (ao qual temos que pedir licença para zarpar).


Felizmente, Jumpdrive não se restringe a um planeta, mas antes a um punhado de galáxias, as quais poderemos explorar a nosso belo prazer. Com perspectivas de câmara disponíveis (1ª pessoa, 3ª pessoa vertical e 3ª pessoa horizontal), Jumpdrive dá-nos um  vislumbre bastante realista do que seria uma viagem espacial. Digo realista porque a velocidade à qual a nossa nave se desloca alterna entre o normal aceitável e o aborrecidamente lento. A essa lentidão, junta-se a falta de propósito que parece assombrar todo o jogo. Temos missões, é certo, mas estas não poderiam ser menos aliciantes. O pouco poder monetário da nossa personagem (apenas 3000 créditos) é também ele demasiado baixo e impossibilita o jogador de fazer grandes upgrades à sua nave. A inexistência de armas na primeira fase do jogo torna-nos alvos fáceis.


Tudo isso, aliado a um grafismo que faz recordar alguns jogos de PC do princípio do século XXI e a uma música tecno demasiado genérica, dá origem a um jogo que nada mais é do que uma enorme oportunidade perdida. O conceito é interessante, mas a execução não é de todo a melhor. O gameplay, uma parte fulcral de qualquer jogo, é infelizmente a maior falha de Jumpdrive. A nave nem sempre obedece aos nossos comandos, pelo que dá-mos por nós a ter mortes inexplicáveis. Os múltiplos bugs também não ajudam e delapidam ainda mais a pouca vontade que o jogador terá de tentar usufruir deste título.

Em suma, Jumpdrive falha em ser um jogo, assemelhando-se mais a um projecto universitário inacabado. Uma pena, de facto, pois potencial existia.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para o PC via Steam, gentilmente cedido pela Community Villa. Os criadores do jogo emitiram recentemente um pedido de desculpas pelo estado em que este foi lançado [ver].

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