Bayonetta


A famosa bruxa está de regresso e desta vez à Switch, um lançamento que talvez não seja uma grande surpresa para muitos, mas um lançamento bastante pedido durante o primeiro ano de vida da consola. Da última vez que me agarrei ao jogo foi na sua versão da Wii U [ver a análise aqui], que trouxe consigo algumas novidades e melhoramentos, que por sua vez foram aperfeiçoados nesta nova versão.

Voltamos aos combates frenéticos em que destruímos anjos uns atrás de outros através de uma rica seleção de armas, e também com a ajuda de demónios que Bayonetta consegue invocar. Atacar sem pausas criando combinações devastadoras, desviar e usar o Witch Time para contra-atacar, e invocar criaturas ou sessões de tortura continua tão bom como quando o jogo foi lançado originalmente em 2009! A jogabilidade continua tão divertida como sempre, e ainda hoje me dá um gozo tremendo pegar no comando para destruir ondas de inimigos e progredir nas várias missões que o jogo tem. É simples mas gratificante, e os vários modos de dificuldade permitem que todos possam jogar sem quaisquer problemas, desde os que não jogam habitualmente jogos de ação rápida, aos que procuram desafios através de níveis de dificuldade mais exigentes.


Lançar todo um leque de ataques consecutivos através do timing com que premimos os botões ainda é uma jogabilidade que não consigo deixar de recomendar, e mesmo que não estejam habituados ao género basta jogar nos modos mais fáceis de dificuldade em que o conseguimos criar várias combinações diferentes, de forma automática. Não somos obrigados a fazer essas combos, até porque se optarmos pelo simples button mashing o jogo não nos censura, mas um bom leque de combinações resulta em mais pontos e um melhor rank no fim do capítulo. É bastante bom ter um jogo assim atualmente, pois é difícil encontrar jogos de ação frenética atualmente.

Existem muitos detalhes no jogo, e entre eles é curioso ver como os ataques de Bayonetta envolvem o seu cabelo, transformando-o em todo um conjunto de criaturas ou membros gigantes, que a vai "despindo" à medida que combatemos mas sem ser demasiado revelador. Há toda uma dose de humor com a atitude de Bayonetta, que juntamente com a sua forte personalidade são alguns dos muitos motivos que a tornam numa personagem bastante adorada. Uma popularidade notável ao ponto que a sua aparição no mais recente Super Smash Bros. foi muito bem recebida pelos fãs.


Voltam as referências ao historial da Sega e os seus jogos, músicas, personagens, e também temos referências a títulos da Capcom como Viewtiful Joe e Okami, pequenos pormenores que ainda hoje deixam um sorriso nas caras dos seus fãs. À semelhança da Wii U regressam as roupas de Peach, Daisy, Link e Samus disponíveis de imediato, fatos com detalhes tão bons que só por si valem a pena usar do início ao fim do jogo. Da Wii U voltam também os controlos Touch em que controlamos todos os movimentos com simples toques no ecrã, como se tratasse de um jogo mobile. É uma jogabilidade estranha mas que nos permite jogar o jogo sem problemas, embora não seja fã do estilo de controlos, e embora seja prático aceder aos menus em modo portátil, mesmo que estejamos a jogar com os controlos tradicionais, a implementação não é das melhores.

Mas a grande novidade da versão Switch é a portabilidade do jogo, sendo agora possível levar a bruxa para qualquer lado e a qualquer momento pegar no jogo, fazer umas missões e pousar a consola. É (mesmo) muito bom foi pegar no jogo no café, ligar os headphones e progredir no jogo, em que toda a experiência portátil não sofria de quaisquer problemas sendo tão confortável jogar em modo portátil como com o Comando Pro, sentado no sofá à frente da televisão. Falando do lado técnico, existem melhorias no desempenho do jogo com um frame-rate ainda mais estável praticamente sempre nos 60 frames constantes, embora que o jogo corra a na resolução de 720p quando ligado à TV. Não chega à resolução da versão Steam lançada ano passado, mas felizmente a fluidez do jogo é igualmente positiva.


Continua tão over-the-top como sempre, cai no exagero e lida muito bem com as situações extremas ou talvez desnecessárias, que são ainda hoje uma das essências de Bayonetta. O sadismo aqui é uma festa em que podemos pôr um fim à vida dos inimigos usando várias máquinas de tortura medieval através dos (já clássicos) quick time events. A minha reação a estes é estranha, pois nunca fui o maior fã deles muito devido ao exagero de jogos que abusavam dos QTEs. Mas quase 10 anos depois desde o lançamento original de Bayonetta é algo que vemos cada vez menos, e talvez por isso não me incomode tanto agora, ou talvez por já estar bem habituado a lidar com eles no jogo.


É pela terceira vez que pego e devoro Bayonetta, tendo só saltando a versão Steam, e o jogo continua tão bom como aquele que eu ansiosamente aguardava pelo seu lançamento há quase 10 anos atrás. Desta vez optei por equipar-me à Samus e dei uma hipótese às vozes em japonês, e ambos os idiomas são igualmente bons e recomendáveis, embora prefira a versão inglesa. Esta é uma excelente oportunidade de revisitar o clássico e ver velhos conhecidos, antes de partir para Bayonetta 2 e enquanto se aguarda o lançamento do 3.º capítulo na Switch.

Nota: esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Nintendo.

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