Floor Kids


Se os jogos de ritmo são a vossa praia, eis que a Nintendo Switch recebe um que vai mexer com a vossa cabeça. Eu sempre gostei de jogos deste género, talvez não seja o maior fã do estilo, mas quando se trata de Hip Hop a história é outra. Embora Floor Kids seja mais direcionado para os amantes do breakdance, este é decididamente um jogo que fará todos terem um enorme prazer a jogar seja na TV ou no modo portátil por múltiplas razões.

Floor Kids é um indie que apostou tanto na musicalidade como na sua arte e estilo. Com isso, facilmente me conquistou, sendo eu fã do género musical e desta cultura não podia deixar de estar atento a todo o conteúdo que este jogo nos oferece. Podemos começar com o aspeto que sinceramente mais me apelou, o estilo artístico. Se o hip hop é algo que nasceu nos anos 80 mas evoluiu imenso nos 90, sendo até na minha opinião o seu auge, posso dizer que o jogo se situa exatamente nesta década tão memorável, tanto a nível de instrumentais como as roupas das personagens e a própria arte que tanto representa esta era dourada do género.


É verdade que o género não é propriamente novo, mas Floor Kids conseguiu inserir-se nesta década do hip hop na perfeição, dedicado ao breakdance, algo que nos dias de hoje pouco se vê na cultura tal como acontece com os dj’s. Nesta época as coisas eram diferentes, por isso mesmo sentimos que somos transportados para uma viagem ao passado onde os windmills, headspins e babyspins estão presentes e o público em nosso redor a desfrutar dos nossos movimentos ao som do rap da “velha guarda”.
 
Assim que iniciamos o jogo escolhemos uma personagem e fazemo-nos à vida em busca de um lugar no topo. Começamos com um pequeno tutorial onde aprendemos todos os movimentos, sejam em pé ou no chão, existem 4 estilos diferentes e apesar de serem relativamente poucos, o difícil será aperfeiçoá-los. Dependendo da vossa performance nas danças, vão recebendo estrelas e com o acumular dessas estrelas vão progredindo na campanha a solo e também desbloqueando novas personagens. Cada personagem conta com os seus movimentos únicos, por isso é sempre interessante trocarmos de personagem para conhecermos melhor os movimentos existentes neste estilo de dança tão genial.

Quanto à arte, é magnífica. O jogo conta com um grafismo que mais parece retirado de uma banda desenhada, com alguns traços por limar que nos dá a entender que todo o jogo foi desenhado e pintado à mão. E como a música não deixa de ser arte, também ela está brilhante. É como se estivéssemos a escutar um rap do Busta Rhymes, mas sem o Busta nas Rhymes.


O jogo consiste no toque dos botões ao som do beat, conforme tocamos nos botões o analógico direito também expressa os seus movimentos, ou seja, rodando o analógico enquanto pressionamos um dos botões, a personagem irá executar um spin, mas é também possível executar um freeze se direcionarmos o analógico para cima durante alguns segundos. A jogabilidade pode baralhar-nos por uns instantes, mas com o tempo habituamo-nos e até ficamos bem viciados ao jogo. É evidente que sendo um indie o jogo acaba por não ser muito longo para finalizar a campanha, mas se quiserem obter as 5 estrelas em todos os níveis vão ter de se esforçar um pouco. Se não querem perder mais tempo com isso, mas procuram uma competição, nada melhor que entrar no modo multiplayer (local) e desafiarem os vossos amigos nestas divertidíssimas batalhas.

Foi efetuada uma atualização muito recentemente que localizou o jogo na língua lusa, por isso é mais uma razão para jogarem pois esta tradução está excelente, mantendo os nomes dos truques intactos, mas com toda a campanha e menus totalmente em Português.


O mais engraçado de tudo é que qualquer jogador pode gostar de Floor Kids e, isso sim é o mais importante. Podem não ser fãs do género musical, mas certamente vão gostar e entrar “na onda” do breakdance com este jogo. É verdade que algumas músicas têm de ser decoradas para atingirmos o melhor sucesso e conseguir as 5 estrelas, mas com prática na “cena”, o jogo agarra miúdos e graúdos à Nintendo Switch estejam onde estiverem.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Community Villa.

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