Outcast: Second Contact


Outcast: Second Contact é o remake de Outcast, um jogo de ação e plataforma que revolucionou os videojogos no passado, mais precisamente em 1999, porque a questão da liberdade estava bem patente, onde era possível explorar mapas de grande escala quando comparado com outros jogos existentes no mercado naquela época. Mas se Outcast em 1999 foi revolucionário, não significa que um remake o consiga ser.

Mal iniciamos a aventura, tudo parece apontar para algo de soberbo e extraordinário, mesmo retirado dum filme que nos indica ser um clássico com um argumento sólido e cativante e também uma arte única tal como demonstram as primeiras cut-scenes. Recordo-me perfeitamente de assistir ao longo do vídeo de introdução à estória, personagens e objetivos, que me fizeram prender desde logo ao jogo. Mesmo com os minutos iniciais e, tendo noção disto ser um remake, eu estava a gostar muito de Outcast: Second Contact. Julgo que para os fãs do original, isto até foi algo de especial que surgiu para a PS4, mas algo que foi revolucionário no passado, pode não o ser agora, muito menos com uma aparência de um jogo da geração anterior.


Para quem não conhece Outcast, aqui jogamos com o comandante Slade, com quem embarcamos numa viagem para completar uma missão importante, no entanto a nossa nave espacial sofre danos e despenha-se num planeta alienígena. Assim por alto, existe uma lenda em que nós somos vistos como um profeta, o salvador, de nome Ulukai. Slade, o nosso protagonista, não faz mínima ideia porque razão os alienígenas o tratam como um profeta, após uma conversa com o líder alienígena da aldeia, decidimos ajuda-lo em troca de informações que revelem algo relacionado com a nossa missão. O objetivo, segundo o líder da aldeia? Matar alienígenas em outras dimensões para lhes roubar artefactos e assim sucessivamente, ou seja, é muito repetitivo sim.

Estamos em 2017 mas o jogo parece de 2006 no máximo. Existem cenários que estão bonitos, é verdade, no entanto cenários como estes conseguem estar muito mais aperfeiçoados numa data de jogos lançados na geração anterior, não se justifica um grafismo tão abaixo da média nos dias de hoje. Mas se o problema fosse apenas o grafismo, até que não seria mau de todo. Um outro problema é a jogabilidade. O que inicialmente até podemos achar que é razoável, com um par de minutos no comando, este jogo torna-se completamente enfadonho. Primeiro, o uso das armas é mau, não se consegue ter liberdade de controlo, segundo, quando estamos de cócoras os movimentos falham, em terceiro lugar, temos um jet pack que só serve para saltarmos normalmente, a questão é, a sério?


No meio de tanta coisa má, a banda sonora é algo divinal. Sinceramente não sei se tem algo a ver com a do jogo original, mas verdade seja dita, parece que estamos a assistir a um filme Star Wars com a banda sonora de John Williams, é mesmo arrepiante e isso é de louvar. Podem ter a certeza que é uma das melhores que podem ouvir este ano num videojogo.

Como estava a referir antes, o jogo começa por agarrar-nos ao comando, mesmo quando jogamos os primeiros minutos. Depois de uma pequena exploração na aldeia, onde nos é apresentado o tutorial e os comandos de jogo, começamos a reparar que afinal, este remake deixa a desejar e muito. Ainda assim, conhecendo um pouco do jogo original, sabia que existiam outras dimensões a serem exploradas, por isso continuei a aventura, mesmo com a jogabilidade que começou a saturar imenso. A primeira dimensão a ser explorada é de facto bonita, para um jogo de 2006 sim, não para algo que acabou de ser lançado no ano de 2017.


É muito difícil de gostar de um remake com esta qualidade, porque se tivessem limado as arestas, este jogo poderia tornar-se em algo extremamente especial. Principalmente com a banda sonora que o jogo tem, certamente envolvia imenso os jogadores e, por pequenas falhas que pudesse ter, as pessoas teriam o prazer de jogar. O problema é que esse prazer se extingue rapidamente quando nos apercebemos das suas falhas que poderiam muito bem ter sido evitadas. Para ser sincero, mais vale jogarem o original, não é o pior jogo de sempre, mas com o que temos no mercado hoje em dia, seja remake, remastered ou original, Outcast: Second Contact é uma opção que facilmente podemos deixar passar.
Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a PlayStation 4, gentilmente cedido pela Upload Distribution

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