Ultra Street Fighter II: The Final Challengers


Para começar a falar em Ultra Street Fighter II HD preciso de fazer uma viagem no tempo e regressar à minha infância. O meu primeiro contacto com a série Street Fighter foi algures nos anos noventa em casa do meu primo, que tinha a Mega Drive e a versão Special Champion Edition. Assim que joguei fiquei maravilhado, embora não tivesse noção de como fazer os especiais. Um jogo que graficamente era lindíssimo, e a banda sonora ficou conhecida de todos nós devido às horas passadas em frente ao ecrã duma pequna TV, coladíssimos a fazer sons dos socos e pontapés e a imitar a voz da Chun-Li sempre que vencíamos um combate: “yata”, ou em português “já está”.

Desde então fui sempre um enorme fã da série, mesmo tendo-me apaixonado pelo Tekken mais tarde que viria a jogar na Playstation e totalmente em 3D. Pouco tempo depois voltei a jogar a série de Yoshinori Ono, desta vez o título era Street Fighter Alpha 3 na consola caseira da Sony. Se já na Mega Drive investi horas, eu não quero imaginar o tempo que gastei a jogar o Alpha 3, onde comecei a aprimorar as minhas técnicas com uma enorme quantidade de personagens. Ryu, Ken e companhia já não me satisfaziam, por isso comecei a expandir o meu leque de personagens com quem eu dominava as lutas contra os meus amigos ou simplesmente o CPU. Isto foi no passado, mas ainda assim, jogos como Street Fighter II nunca envelhecem. É um jogo que traz aquela nostalgia pura tal como o primeiro Sonic ou Super Mario Bros., os quais de longe a longe temos o prazer de pegar e jogar nem que seja por cinco minutos apenas. Após esta introdução da minha parte, passemos à análise que vos trouxe aqui.


Assim que iniciamos Ultra Street Fighter II: The Final Challengers já estamos mentalizados de que à partida vamos jogar algo nostálgico. Eis que subitamente sinto um arrepio pela espinha dorsal, isto porque o velho som “Capcom” saiu pelas colunas da TV como se eu estivesse a ligar a minha Mega Drive e estivesse nos anos noventa novamente. Para melhorar, somos igualmente apresentados com uma imagem que simboliza os trinta anos de vida da série Street Fighter e logo de seguida, Ryu surge através duma escuridão imensa com um ar badass e prestes a lançar o seu famoso Hadouken em nossa direção, enquanto somos apresentados com pequenos excertos do jogo em HD.

Depois desta breve introdução, recebemos finalmente o ecrã com o menu inicial. Aqui iremos encontrar uma boa quantidade de modos à nossa escolha. Modos como o Arcade, Versus, Training e Options são os modos básicos que desde sempre estão disponíveis. Mas antes de passarmos para os modos e opções novas existentes neste título, apenas queria deixar uma palavrinha quanto ao Arcade, o qual sofreu uma alteração no que diz respeito aos epílogos. Sempre que terminarem este modo, terão acesso ao famoso pequeno epílogo, tal como acontecia nos jogos anteriores da série, no entanto desta vez as imagens foram substituídas, o que significa que são totalmente novas e são em HD, ao contrário dos velhos 16 bits.


Mas aquilo que todos querem conhecer melhor são certamente alguns dos modos introduzidos em The Final Challengers. Podemos começar por falar no modo Buddy Battle, o qual como o nome indica, é um modo em que jogamos juntamente com um parceiro, seja ele humano ou controlado pela inteligência artificial. Infelizmente, neste modo, não há nada de especial pois após vencerem meia dúzia dos lutadores durões (tais como M.Bison, Evil Ryu, Violent Ken e Akuma), não recebem nada de gratificante, é mesmo por pura diversão e além disso, basta perderem um round que levam com o ecrã de Game Over de seguida.

Uma opção que achei uma delícia e todos os fãs ficarão certamente satisfeitos é a da Galeria, onde podem assistir a uma data enorme de ilustrações e arte da série Street Fighter contando com imagens desde o seu nascimento até ao penúltimo jogo da série, Street Fighter IV. Além disso enquanto estão a assistir à arte/ilustrações do jogo podem ouvir as músicas deste capítulo, com a opção de escolha entre o clássico ou o moderno BGM. Uma das opções para personalizarmos as nossas personagens é o Color Editor. Aqui podemos editar e gravar as cores das roupas da nossa personagem e até mesmo o tom de pele e claro, temos a possibilidade de usar em qualquer modo apresentado no jogo.

No Player Data podemos dar uma vista de olhos a vários recordes tais como, as vezes que utilizamos personagem x ou y, as horas que temos de jogo, e outros registos relevantes. Os replays podem também ser visualizados aqui, caso gravem as batalhas realizadas. Para os novatos da série ou simplesmente para os mais preguiçosos, há a possibilidade de alterarem os controlos usando apenas o touchscreen da Switch para executarem os especiais de cada personagem e igualmente os seus Super. Os mais dedicados deverão certamente aceitar o desafio e executar estes Super com as pontas dos dedos tal como um profissional, por isso a escolha é inteiramente vossa ao optar por um tipo de controlo Lite ou Pro. O manual de instruções está no menu principal, e apenas apresenta os controlos básicos do jogo pois a lista que provavelmente vão querer dar uma vista de olhos será durante o modo pausa nas batalhas, em que podem aceder aos golpes de cada personagem tais como os seus especiais “Super”.


Finalmente o modo Opções é onde existe a possibilidade de escolhermos o estilo que queremos, ou seja, jogar em HD ou no estilo retro de 16 bits, inclusive a música/sons que também podem ser alterados. Embora o modo HD até não seja mau de todo, continuo a preferir o estilo retro, talvez pela nostalgia. Sinceramente não sei mas, sempre que joguei, fui de vez em quando alternando de estilo, e assim nunca me cansei de nenhum, mesmo no que diz respeito à música que é feita de remixes das versões clássicas. Temos também a opção de escolha de temas, isto é, como nos é apresentado o menu inicial, à escolha temos 6, enquanto joguei não consegui ter noção de ter desbloqueado mais algum (não é que faça muita diferença).

Um modo incluído neste jogo e que tem a sua graça é o "Way of The Hado". Neste modo original, temos a oportunidade de vestir a pele de Ryu e lançar Hadokens e executar os seus golpes mais famosos com o uso dos sensores dos Joy-con. Quando experimentei não queria acreditar, mas a verdade é que funcionou melhor que o esperado! Apenas tive mais dificuldade em executar o Tatsumaki Senpukyaku, mas de resto não tive qualquer problema. É um modo bastante divertido e que consegue cansar bastante os braços devido aos Hadokens, que serão lançados das vossas mãos. Vejam este Way of the Hado como um modo extra para impressionar os vossos colegas e quem sabe bater recordes. Neste modo temos a opção Stage Battle dividido em três dificuldades, as do costume, iniciante, médio e difícil. Temos também o modo Endless Battle onde como o nome indica, testam a vossa perícia e sobrevivem o maior tempo possível contra inimigos infinitos. Esta é uma adição interessante para passar tempo.

O Online não esteve disponível durante o período de análise, portanto não pude testar nem a sua ligação nem os submodos do Online em Ultra Street Fighter II: The Final Challengers.

Para além destas novidades, não poderia deixar de mencionar os nomes Evil Ryu e Violent Ken que são os personagens novos neste título. São adições bem vindas sim, mas o leque de golpes é um pouco à volta do mesmo, uma espécie de Akuma com Evil Ryu de Street Fighter Alpha, nada de revolucionário, e o problema é que dá a entender que são superiores aos restantes lutadores, ou assim me deu a entender sempre que joguei com um destes dois.


Por fim, de facto, consegui reparar que a dificuldade foi equilibrada, sendo que qualquer pessoa conseguirá dominar relativamente com facilidade o modo normal, que não me apresentou dificuldade alguma comparado a quando jogava os jogos anteriores da série, sendo que tive de aumentar para hard para que fosse um pouco mais desafiante. Acho que temos um jogo que é puramente criado para os fãs, mas que também convida os novatos a entrarem num dos jogos mais marcantes da indústria. Uma versão que nos é apresentada como a definitiva deste velho clássico, amado pela maior parte dos fãs e até considerado o melhor da série. Ultra Street Fighter II: The Final Challengers brilha por ser algo que consegue ser jogado na TV a dois, online, e também ser levado no bolso para jogarem umas batalhas de 5 minutos, tudo com um belo HD, mesmo sendo jogado no modo portátil.

Nota: esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Nintendo.

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