Chase: Cold Case Investigations ~Distant Memories~


Distant Memories é o mais recente trabalho da Arc System Works, uma visual novel que será muito familiar a todos aqueles que jogaram Hotel Dusk e Last Window, dois títulos desenvolvidos pela agora defunta Cing. Tudo, desde a ambiência melancólica, à arte e ao protagonista, remete-nos para esses dois jogos. Não se trata de um caso de plágio, mas antes do facto de grande parte da equipa da Cing fazer agora parte da Arc System. Isto faz de Distant Memories uma espécie de sucessor espiritual da série Hotel Dusk.

Distant Memories oferece-nos dois protagonistas, o irascível, mas brilhante, Shounosuke Nanase, e a amável e esforçada Koto Amekura. Ambos são detectives e trabalham num departamento que investiga casos reabertos, daí o nome Cold Case (exactamente como a popular série televisiva de 2003). Nanase, cuja personalidade em muito nos remete para a do Doctor House, é o chefe do dito departamento e uma personagem com um passado misterioso, ao passo que Amekura, a empregada, é determinada e tem um apurado sentido de justiça. A história do jogo começa com a reabertura de um caso de morte acidental por explosão. Aparentemente a morte de Minami, um funcionário de um Hospital local, não foi assim tão acidental, mas antes fruto de um homicídio cuidadosamente planeado. Cabe então ao duo de detectives descobrir a verdadeira causa por detrás da morte de Minami, bem como encontrar o seu ou sua assassina(o).


Um jogo de passo bastante lento, o qual é intensificado pela sua música melancólica e relaxante, Distant Memories assenta em dois momentos. No primeiro, o da investigação, cabe-nos proceder a uma visualização minuciosa do local do crime, em busca de pistas que sejam relevantes para a resolução do caso. As que encontrarmos serão depois usados no segundo momento do jogo, o do interrogatório. Ao estilo de Phoenix Wright, também aqui questionamos as testemunhas, tentando apurar os factos. Contudo, temos de escolher bem as questões a colocar e as respostas a dar, sob risco de vermos a nossa barra de energia diminuir drasticamente a cada falha. Se a dita barra ficar vazia, será Game Over e teremos que recomeçar a partir de um dos saves que tenhamos feito. Como forma de evitar esses tais erros, muitas vezes fruto de lapsos de concentração, Distant Memories dá-nos sempre a possibilidade de consultar todos os diálogos anteriores, para ver se nos escapou algo. De igual forma, é-nos colocada à disposição o perfil de todas as testemunhas que se cruzem no nosso caminho.


Os gráficos, como seria de esperar numa visual novel, não puxam muito pelo potencial da 3DS, no entanto não é por isso que deixam de ser bastante agradáveis, dando ao jogo um aspecto de comic Pulp Noir. No entanto e embora seja um jogo com potencial, Distant Memories apresenta duas falhas "fatais". Primeiro, é demasiado linear e pouco desafiante, com pouco ou nenhum esforço a ser pedido ao jogador, mero observador do desenrolar inevitável dos acontecimentos. Segundo e como consequência directa do primeiro ponto, a sua brevidade. Mesmo para um título portátil, este é um jogo extremamente curto, sendo possível acabá-lo em menos de uma hora.

A esperança é que este seja um jogo de natureza episódica e Distant Memories apenas o primeiro capítulo de muitos de Chase: Case Cold Investigations...
Nota: Esta análise foi efectuada com base em código final do jogo para a Nintendo 3DS, gentilmente cedido pela Aksys Games.

Latest in Sports