10º aniversário da Nintendo DS: Os 10 melhores jogos da consola!


Comemora-se hoje o 10º aniversário do lançamento na Europa daquela que foi uma das melhores plataformas de videojogos de sempre: a Nintendo DS. Alguns anos depois da sua sucessão pela Nintendo 3DS, é uma boa ocasião para um olhar ao melhor que a plataforma teve para nos oferecer: títulos que marcaram uma geração de videojogos, experiências únicas de jogabilidade e histórias inesquecíveis.

Reunimos as preferências dos editores do Meus Jogos DS juntamente com alguns amigos que têm colaborado com o blogue. Uma lista de "top 10" vale o que vale, mas foi interessante notar que muitos destes títulos figuram nas preferências dos vários colaboradores, mesmo que misturados com outras grandes pérolas também dignas de ser mencionadas. Eis os 10 melhores jogos de sempre da Nintendo DS, segundo Telmo Couto, Nuno Mendes, Ivo Silva, Joel Sousa e Patrício Santos.



10 - Castlevania: Dawn of Sorrow

A série Castlevania pode ter atingido um pico de qualidade e popularidade nos tempos da primeira PlayStation, com Symphony of the Night, e estar nos anos mais recentes a um conjunto de títulos mais focados na acção do que na exploração, mas viu na Nintendo DS o lançamento de três fantásticos jogos de aventura. Castlevania: Dawn of Sorrow combina elementos de acção e plataformas com vários elementos de RPG, oferecendo um imenso castelo para explorar cujas áreas se vão desbloqueando à medida que o protagonista adquire novas habilidades.

A este título seguiram-se Portrait of Ruin, que incluía um modo multijogador cooperativo e o desafiante Order of Ecclesia, excelentes jogos que ofereceram experiências diferentes sem nunca fugir ao estilo "metroidvania" popularizado precisamente por esta série em conjunto com a franquia Metroid, da Nintendo.

9 - Mario Kart DS

Lançado ainda no primeiro ano de vida da Nintendo DS, Mario Kart DS marcou um ponto de viragem na franquia com um vasto conjunto de inovações que a nova portátil tornou possíveis. O primeiro jogo online da série surgiu numa consola portátil e, apesar de algumas limitações, ofereceu horas de diversão a jogadores de todo o mundo enquanto a experiência durou (hoje em dia, o serviço já não se encontra disponível).

No entanto, o que mais contribuiu para que se tornasse um título marcante acabou por ser o modo multijogador local, que permitia corridas até 8 jogadores em simultâneo, mesmo que apenas um deles possuísse uma cópia do jogo, graças ao modo "download play" que transmitia o conteúdo para outras consolas. Grupos de amigos juntavam-se com as suas consolas para divertidíssimas sessões de Mario Kart, num título que investiu em excelentes pistas inspiradas no universo de Super Mario e incluiu ainda um robusto modo de jogo para um jogador.

8 - Phoenix Wright: Ace Attorney

A série Phoenix Wright surgiu inicialmente para a Gameboy Advance mas só chegou ao Ocidente com esta reedição para a Nintendo DS, tendo dado origem a um fenómeno de culto que já conta com 6 títulos editados, dos quais consta um cruzamento com a série Professor Layton. Em Phoenix Wright, o jogador assume o papel de um brilhante advogado de defesa em tribunal, que terá de analisar os depoimentos das várias testemunhas e desconstruí-los, de forma a provar a inocência do seu cliente.

Não sendo tanto um jogo como é uma história interativa, este título exige a máxima atenção ao detalhe na análise das provas e do discurso, para que o famoso grito "OBJECTION!" não seja utilizado em vão. Uma experiência deliciosa graças à excelente história dramática escrita para este jogo (e que se tornou um standard da série), recheada de personagens caricatas que atenuam a seriedade dos assuntos que são abordados.

7 - 999: Nine Hours, Nine Persons, Nine Doors

O melhor argumento da Nintendo DS veio de um jogo que não chegou a ser publicado no mercado europeu, mas chegou até nós na versão americana graças à falta de bloqueios regionais na plataforma. "999" é a história de 9 pessoas que acordam fechadas num espaço estranho sem saber como lá foram parar, mas cedo descobrem que têm apenas 9 horas para decifrar o mistério que se esconde por trás das 9 portas desse local. Se não encontrarem a saída, estarão condenados à morte.

Este "escape game" atravessou fronteiras muito antes desse género se tornar uma moda em ascenção na vida real (já existem dois destes jogos em Lisboa para experimentar). Não foi pela qualidade gráfica nem pela jogabilidade propriamente dita, mas pela genialidade dos puzzles e o fantástico argumento e desenvolvimento de personagens, aliado à diversidade de escolha dada ao jogador que encarna o personagem Junpei. Uma história adulta, surpreendente e por vezes violenta que agarra os jogadores do princípio ao fim e os deixa a suspirar por mais jogos assim.

6 - The World Ends With You

Desenvolvido pela Jupiter em conjunto com a Square Enix, The World Ends With You foi o RPG mais original alguma vez lançado para a Nintendo DS e um dos melhores do género para a sua altura. Inspirado nas caraterísticas únicas da consola, TWEWY oferece um sistema de batalhas único onde se controlam dois personagens em simultâneo, agindo cada um num ecrã diferente da consola. Misturando acções no ecrã táctil com a utilização dos botões, a mecânica do jogo requer bastante habituação mas acaba por se tornar algo gratificante.

Com uma excelente banda sonora e uma história dividida em episódios recheados de revelações surpreendentes, o jogo apresenta uma versão alternativa do distrito de Shibuya em Tóquio, onde o protagonista Neku Sakuraba descobre que está morto e se encontra num jogo que lhe permite conquistar o regresso à vida. O jogo está carregado de elementos da cultura japonesa, especialmente das camadas mais jovens, o que ajudou a cimentar um lugar no coração dos amantes de RPGs japoneses e da cultura oriental em geral.

5 - Professor Layton and the Lost Future

A série Professor Layton, desenvolvida pela Level-5, teve origem na Nintendo DS e rapidamente se tornou uma das mais populares da consola tanto no Japão como na Europa. A premissa da série foi criar um jogo de puzzles que fosse muito mais do que uma mera compilação de desafios, inserindo-os numa história de aventura protagonizada por Layton, um curioso e astuto arqueólogo, e o seu jovem assistente Luke. Aliando interessantes histórias de mistério com animações de qualidade e um excelente trabalho de voz, a aventura é intercalada com os puzzles encontrados pelo Professor Layton e que o jogador terá de resolver.

Professor Layton and the Lost Future foi a terceira entrada da série e marcou o final da história nesta saga, que depois seguiu com uma trilogia de prequelas (ao estilo dos filmes de Star Wars). Este capítulo abordou a temática das viagens no tempo e levou Layton ao futuro para desvendar segredos do seu passado, com uma história verdadeiramente emocionante que surpreendeu principalmente quem já estaria habituado à tonalidade da saga.

4 - New Super Mario Bros.

Ao olhar para o lançamento de New Super Mario Bros., é importante recordar que este foi o primeiro título original de plataformas 2D na série Super Mario desde os tempos da Super Nintendo. Com uma transição muito bem sucedida para a terceira dimensão, a Nintendo tinha deixado os jogos tradicionais da série de parte, limitando-se a editar adaptações de títulos antigos para a Game Boy Advance. Por este motivo, New Super Mario Bros. chegou à Nintendo DS não só com a missão de trazer novidades à fórmula da série, como de a dar a conhecer a todo um novo público em 2006.

Embora sendo mais fácil do que os títulos antigos da série, New Super Mario Bros. introduziu novas mecânicas à jogabilidade com uma física melhorada e a adaptação de movimentos que Super Mario adquiriu nas suas aventuras em 3D. O grafismo adoptou um estilo que ainda hoje é bastante utilizado na série e partiu de uma reimaginação de como seria o primeiro SMB se tivesse surgido na Nintendo DS. O ponto forte deste jogo, como é habitual na série, foi o seu level design e a forma como podia ser jogado vezes sem conta sem se tornar uma experiência cansativa.

3 - Ghost Trick: Phantom Detective

Criado pelo mesmo autor da série Phoenix Wright, Ghost Trick foi um dos jogos mais surpreendentes da Nintendo DS, oferecendo uma mecânica bastante original. No início da aventura, Sissel é um fantasma que acaba de tomar consciência e descobre que morreu, tendo até ao amanhecer para descobrir o que lhe aconteceu. Sendo um espírito, ganhou a habilidade de possuir objetos que estejam na sua proximidade e provocar uma série de efeitos nos mesmos. Ao mesmo tempo, descobre um misterioso poder de recuar no tempo quando assiste à morte de alguém, podendo assim agir de forma a salvar a vítima.

O jogo apresenta, assim, diversos cenários de mortes criminosas e acidentais que vão ocorrendo ao longo da noite, que terão de ser evitadas pelo jogador ao interagir com os objectos existentes na cena do crime. Entretanto, através destas situações, a história vai também desvendando aos poucos o que realmente aconteceu nesta noite fatídica. Quem é Sissel e qual é afinal o motivo da sua morte? Um puzzle brilhante, acompanhado por uma história de mistério recheada de personagens fantásticas e carismáticas, bem ao estilo do seu criador.

2 - Dragon Quest IX: Sentinels of the Starry Skies

Se há género em que a Nintendo DS foi raínha, terá sido nos jogos de RPG japoneses. Numa época em que os títulos do género falhavam em impressionar nas consolas domésticas, a DS viu lançamentos de qualidade serem publicados uns atrás dos outros, incluindo algumas experiências bastante originais. No entanto, o que mais se destacou neste género foi um dos melhores títulos lançados para a plataforma: Dragon Quest IX, desenvolvido pela Level 5 em conjunto com a Square Enix.

Este é um RPG bastante tradicional que inclui elementos modernos na sua jogabilidade para tirar partido das funcionalidades da consola sem defraudar as expetativas dos fãs deste género, com uma longa história de aventura que pode ser jogada a solo ou com até mais 3 amigos em multijogador local. Apesar disso, o jogo manteve a mecânica de batalhas por turnos típica de Dragon Quest, dando tempo aos jogadores para combinarem a tática de jogo, numa experiência única que merece ser revisitada. Ninguém é realmente fã de RPGs japoneses sem ter experimentado Dragon Quest IX.

1 - The Legend of Zelda: Phantom Hourglass

Um dos maiores desafios da Nintendo DS desde o seu lançamento, foi o de se afirmar como uma excelente plataforma para jogos "tradicionais" apesar das suas características estranhas como incluir dois ecrãs ou até mesmo o ecrã tátil. Seria possível desenvolver-se algo como um Legend of Zelda sem ter de sacrificar a experiência de jogo? E a resposta não foi apenas que era possível, mas que o jogo seria excelente!

The Legend of Zelda: Phantom Hourglass é um jogo controlado com todos os elementos da Nintendo DS, exceptuando apenas os botões. A Nintendo desenvolveu um esquema de controlo simples com base no ecrã tátil, com interações intuitivas para as diversas ações que link poderia fazer, baseando-se apenas no local do toque ou tipo de deslize do estilete no ecrã. Já os seus itens poderiam incluir ações mais complexas, tal como o bumerangue cujo percurso poderia ser desenhado pelo jogador no ecrã, ou o mapa onde era possível tomar notas ao longo da aventura.

O jogo é uma sequela directa de The Wind Waker, da GameCube, e adopta um estilo gráfico semelhante dentro das limitações da DS, mas a sua história é completamente independente. Aqui, Link viaja de ilha em ilha num barco cujo percurso é desenhado pelo jogador no ecrã, em busca da sua amiga Tetra. Como é típico em jogos da série, existem muitas masmorras para explorar recheadas de monstros e enigmas para decifrar - incluindo um que dá todo um novo sentido ao formato físico da Nintendo DS. Teve ainda direito a uma excelente sequela, Spirit Tracks, que utiliza uma jogabilidade idêntica mas substitui as viagens de barco por um comboio e permite controlar a Zelda para além do Link, oferecendo puzzles mais complexos.

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