Shining Force: The Sword of Hajya

Os RPG’s, sobretudo os de estratégia, estão em voga nos tempos que correm. Depois do bem sucedido Fire Emblem Awakening, eis que surge para a 3DS, através a Virtual Console, uma nova proposta neste campo. Shining Force Gaiden 2, como também é conhecido, foi lançado originalmente como a sequela do primeiro Gaiden para a consola portátil da Sega, a Game Gear, em 1993.

Com uma mecânica idêntica à dos restantes jogos da série, também aqui podemos controlar um contingente de personagens diferenciáveis umas das outras, num campo de batalha muito semelhante a um tabuleiro de xadrez. Podemos mover uma personagem à vez e usá-la para atacar o inimigo que estiver ao seu alcance. O poder do seu ataque e a sua resistência variam, de personagem para personagem. Os membros da nossa party dividem-se em diversas classes. Temos algumas mais fortes e também mais resilientes a ataques, com os Cavaliers e os Warriors. Temos outras que podem lançar ataques mágicos, como os Mages e curar, como os Monks. Temos, até, alguns que só podem atacar à distância, como os Archers ou os Bowknight. A vastidão de classes existentes, possibilita o uso de diversas estratégias em campo, tendo por objectivo a conclusão da batalha, em questão, e a evolução no jogo.
Como se trata de um RPG, em Shining Force as personagens evoluem ganhando pontos de experiência, dinheiro e, algumas vezes, mesmo items dos adversários vencidos. Ao atingir o nível 10 da sua classe, o jogador pode evoluir essa personagem para a segunda classe, mais forte. Por exemplo, o Archer evolui para Sniper. Essa nova classe pode alcançar até nível 20. Como vamos apanhar muitos elementos pelo caminho, é-nos dada a opção de alterar a formação da nossa equipa. Tudo isto, assim como a função de gravar o jogo, curar personagens envenenadas ou enfeitiçadas, consertar ou comprar armas e items, está disponível em pequenos acampamentos, que o jogador vai visitar durante a aventura.

A aventura, em si, é uma história de intrigas políticas e sacrifícios a Deuses malignos. Nick, o príncipe da nação de Cypress, vai partir para derrotar o demónio Iom, cujos seguidores pretendem arrasar o mundo. Nick, todavia, deixa para trás a espada mágica, Hajya. Esta é roubada pelo centauro Graham, a mando de Iom. É neste contexto que o jovem espadachim, Dearma (cujo nome pode ser alterado pelo jogador), com a jovem Mayfair como conselheira (e responsável pelos Saves, promoções e curas do jogo) e um vasto batalhão de aliados, vai, também ele, iniciar a sua caminhada para Iom. Dividida em 4 capítulos, Shining Force tem gráficos bastante coloridos e uma animação bastante impressionante para um jogo portátil de 93. As cutscenes das lutas e os retratos de cada personagem são particularmente elegantes e agradáveis.
A dificuldade, na primeira metade do jogo não é acentuada e, ao contrário do que acontece com a série Fire Emblem, da Nintendo, a inexistência de uma morte definitiva, vem ajudar a este facto. Mesmo que sejam derrotadas em campo, todas as personagens podem voltar, sem se ter que reiniciar o jogo. Caso a nossa personagem principal, que pode variar entre Dearma e Natasha, conforme a altura do jogo, pereça, o jogo terminará de imediato. A partir do terceiro capítulo do jogo, existe um aumento exponencial da dificuldade. Isto deve-se, ao facto, dos Feitiços de Freeze e Blaze, de nível 3, poderem aniquilar personagens com a barra de energia cheia, de uma assentada. Isto, ligado à ampla área de acção do feitiço, permite virar as batalhas de pernas para o ar. Este aspecto, apenas existente nas versões americanas do jogo, passou para a versão da 3DS, e pode ser o maior motivo de frustração em um RPG que, de resto é bastante acessível e curto, podendo, facilmente completar-se o jogo em cerca de 13 horas. Por último, para além do Save State, que permite ao jogador gravar em qualquer altura, Shining tem uma banda sonora bastante boa e memorável, adequada ao jogo em questão. Em última análise, se acabaram Awakening e querem um novo desafio, não tão exigente, mas igualmente divertido, optem por este.
Análise por Ivo Silva

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